Militantes apontam racismo como um obstáculo para prevenção e tratamento da aids

Os militantes pelos direitos da população negra organizaram várias rodas de conversa no Congresso de Prevenção de DST, aids e hepatites virais que acontece em São Paulo. Em uma delas, denominada “População negra e aids”, eles debateram a vulnerabilidade dessa população, fortemente influenciada pelo racismo presente na sociedade.

Segundo Jurema Werneck, médica focada na saúde da população negra, a epidemia da aids não trouxe exatamente novidades na trajetória dos negros, pois estes já eram discriminados nos serviços de saúde e apresentavam maior taxa de mortalidade.

A médica ressaltou que não foi a epidemia que colocou o negros em situação de vulnerabilidade em saúde. “A aids surge em ambientes já fortemente marcados pelo racismo e onde se deixa que ele aconteça, o chamado racismo institucional” . Para ela, se nada na epidemia da aids foi novo para a população, o que precisa ser novidade é o tratamento destinado a ela.

Jurema recomenda que se crie uma nova cidadania para melhorar a resposta à doença e enfrentar o racismo institucional. Os passos para isso acontecer seriam lembrar que ele existe, visibilizá-lo, decifrar as informações por trás dos dados, além do comprometimento com a causa vindo das lideranças do governo em todas as instâncias. “É preciso visibilizar o racismo. Escondê-lo é o próprio racismo. Disseminar a informação é fundamental”. Além disso, a médica sugere a criação e fortalecimento de estruturas que reprimam o crime.

Márcio Tadeu, professor da UERJ e coordenador de um projeto de prevenção nos Barracões das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, comentou na mesa que são necessários projetos concretos e objetivos para trabalhar a questão na população. Acima de tudo, segundo ele, é necessário levar o conhecimento para a comunidade para que ela própria construa seu modelo de fala e consiga atingir seus objetivos e dar uma resposta à questão.

Os congressos e fóruns em prevenção em aids terminam nesta sexta-feira, 31 de agosto.

Nana Soares

 

Fonte: Agência Aids

+ sobre o tema

Unicamp prorroga período de inscrições do vestibular até 8 de setembro

A Universidade de Campinas (Unicamp) divulgou na tarde desta segunda-feira...

Estudantes do Rio terão aulas de cultura afro-brasileira

Alunos das redes municipais de ensino poderão participar do...

Prouni 2/2025: prazo de entrega de documentos é prorrogado para dia 18

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou até a próxima...

para lembrar

Começam hoje as inscrições para o vestibular da Unesp

As inscrições para o vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estão...

Unicamp prorroga período de inscrições do vestibular até 8 de setembro

A Universidade de Campinas (Unicamp) divulgou na tarde desta segunda-feira...

Estudantes do Rio terão aulas de cultura afro-brasileira

Alunos das redes municipais de ensino poderão participar do...

Prouni 2/2025: prazo de entrega de documentos é prorrogado para dia 18

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou até a próxima...

Integração de conteúdos antirracistas em disciplinas escolares fortalecem o ensino da história e cultura afro-brasileira 

A fim de fortalecer o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira e contribuir com a mudança de um cenário preocupante, professoras da...

Mais de 300 mil crianças voltaram para a escola em 8 anos, diz Unicef

Entre 2017 e 2025, mais de 300 mil crianças e adolescentes brasileiros que estavam fora da escola ou em risco de evasão voltaram ao estudo,...