Milton Nascimento disputa o Grammy 2025, já com status de divindade, por álbum de jazz com Esperanza Spalding

Enviado por / FonteG1, por Mauro Ferreira

Longe de ser improvável, a vitória seria merecida para coroar a trajetória transcendental do artista.

A rigor, uma indicação de Milton Nascimento ao Grammy Awards nem é considerada uma surpresa. Afinal, já em 1968, um ano após ter sido projetado nacionalmente no Brasil na plataforma de festival da canção, o artista gravou o álbum Courage para o mercado norte-americano.

Seis anos depois, em 1974, Milton foi a Los Angeles (Califórnia, EUA) gravar álbum com o compositor e saxofonista norte-americano Wayne Shorter (1933 – 2023). Lançado em janeiro de 1975, o álbum Native dancer amplificou o alcance da música do cantor e compositor brasileiro ao redor do mundo, sobretudo no universo do jazz.

É nesse universo que Milton foi indicado ontem, 8 de novembro, ao Grammy 2025. Lançado em 9 de agosto, o álbum Milton + Esperanza (2024) – gravado pelo artista com a cantora, compositora e contrabaixista norte-americana de jazz Esperanza Spalding – concorre ao prêmio de Melhor álbum de jazz com vocal.

Capa do álbum ‘Milton + Esperanza’, de Milton Nascimento e Esperanza Spalding — Foto: Divulgação

Em 1998, Milton já ganhou um Grammy na genérica categoria Melhor álbum de world music pelo disco Nascimento (1997), com a ressalva de que, música do mundo aos ouvidos norte-americanos, pode ser todo tipo de música de língua não inglesa que foge do padrão pop dos Estados Unidos.

A indicação pelo álbum com Esperanza Spalding flagra Milton já com ar de divindade da música brasileira e mesmo fora do Brasil. Tanto que esse status de entidade da MPB foi recorrente em títulos de reportagens e críticas de Milton + Esperanza.

Embora materialistas rejeitem a tese pela própria natureza, o álbum tem mesmo uma força espiritual que alavanca as novas abordagens de músicas como Morro velho (Milton Nascimento, 1967) e Saci (Guinga e Paulo César Pinheiro, 1993).

Atualmente com 82 anos, festejados em 26 de outubro, Milton Nascimento tem sido visto como um avatar. Um ser transcendental como a obra que construiu, demolindo barreiras entre gêneros musicais.

Sob o prisma musical, Milton é tanto da toada mineira quanto do jazz, como mostrou já em gravações como a de Portal da cor (Milton Nascimento e Ricardo Silveira), música que abre o álbum Encontros e despedidas (1985), título que dividiu águas na discografia do artista justamente pela maior proximidade com o jazz.

Enfim, até por esse status de divindade alcançado por Milton Nascimento, mas também pela sonoridade exuberante de faixas Outubro (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967), uma vitória do artista no Grammy 2025 pelo álbum Milton + Esperanza está longe de ser improvável. E seria merecida para coroar a trajetória gloriosa, singular e transcendental de Milton Nascimento no mundo da música.


Ouça o álbum Milton + Esperanza:

+ sobre o tema

Hoje na História, 1931, 80 anos da Frente Negra Brasileira

"A Frente Negra Brasileira foi fundada em 16 de...

TRESemmé lança clipe com Negra Li, Pathy Dejesus e Paula Lima

TRESemmé estreou na plataforma VEVO com o clipe da música...

Hoje na História, 06 de fevereiro de 1945, nascia Bob Marley

Robert Nesta Marley nasceu no dia 6 de fevereiro...

para lembrar

MPF e PF apuram possíveis crimes de racismo e tortura contra estrangeiro

O Ministério Público Federal (MPF) em Paranaguá e a...

Enredo e Samba: Mangueira vai homenagear vida e obra de Alcione

A Estação Primeira de Mangueira virá para o carnaval de 2024...

Bob Marley: Novo clipe de ‘Redemption song’ marca aniversário de 75 anos

Lançamento é parte do 'Marley 75', série de celebrações...
spot_imgspot_img

Reconhecimento da Unesco pode difundir ainda mais Maracatu Nação

O envio do dossiê do governo federal com o pedido de reconhecimento do Maracatu Nação, também conhecido como baque virado, como Patrimônio Cultural Imaterial...
-+=