Ministério dos Direitos Humanos vai acionar secretaria de SP para que caso em que PM jogou jovem de ponte seja apurado com rapidez

A pasta, por meio da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, quer que seja designado um delegado especial e cobra atuação da Corregedoria da Polícia Militar.

Reprodução/Redes Sociais

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) informou nesta quarta-feira (4) que irá acionar a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo para que o caso em que um policial militar arremessa um jovem do alto de uma ponte seja investigado com rapidez.

A pasta, por meio da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, quer que seja designado um delegado especial para acompanhar a apuração e cobra atuação da Corregedoria da Polícia Militar.

A Corregedoria afastou das ruas treze policiais envolvidos direta ou indiretamente no episódio. Eles pertencem ao 24° Batalhão da PM, localizado na cidade de Diadema, na Grande SP.

Em nota, o ministério disse que “irá acionar a Secretaria de Segurança Pública SP com objetivo de apurar o ocorrido com celeridade. A medida pretende que sejam determinadas a designação de delegado especial, bem como a Corregedoria da Polícia Militar, para a adoção das medidas cabíveis”.

A pasta ainda classificou a imagem do jovem sendo arremessado como “estarrecedora” e disse que não se trata de um caso isolado.

Causa mais indignação aos defensores de direitos humanos que este não é um episódio isolado, e que somente a gravação do vídeo possibilitou o conhecimento público desta truculência policial.

— Trecho da nota do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

O caso aconteceu na noite de domingo (1º) e foi revelado na segunda (3) pelo g1 e pela TV Globo, gerando enorme repercussão.

Durante uma abordagem, os policiais deram ordem de parada a duas pessoas que trafegavam em uma moto. Os rapazes fugiram e os PMs, então, iniciaram uma perseguição que terminou com a captura da dupla e um deles jogado no rio por um dos policiais.

Todos os PMs usavam câmeras corporais, e essas imagens serão usadas pelos investigadores para entender os detalhes da ocorrência.

Até a última atualização desta reportagem, não houve pedido de prisão para nenhum dos policiais envolvidos.

Repercussão

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse, em uma rede social, que o policial militar que “atira pelas costas” ou “chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte” não está à altura de usar farda. Disse ainda que o caso será investigado e “rigorosamente” punido.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), também criticou a ação do policial militar. “Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”, escreveu.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa – principal representante do Ministério Público paulista, também emitiu uma nota pública de repúdio à cena, e disse que as imagens são “estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis”.

Ele afirmou que já designou que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) integre as investigações a fim de “punir exemplarmente” os policiais envolvidos na abordagem.

Flagrante

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