Ministério Público processa Globo por racismo

A emissora irá responder por danos morais coletivo e, se condenada, terá de se retratar; entenda

no Rede Bom Dia

A 16ª edição do Big Brother Brasil já acabou, mas ainda continua causando polêmica.

Nesta terça-feira (3), o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro informou que abriu uma ação civil contra a emissora devido a esponja com cabelo black power utilizada na casa.

“A representação do cabelo Black Power como esponja de pia faz uma clara alusão ao estereótipo racista do ‘cabelo para ariar panela’ ou ‘cabelo Bombril’, servindo apenas para reforçar o preconceito, ainda intrínseco a muitos setores da sociedade, desde a abolição da escravatura”, disseram os procuradores da República, Renato Machado e Ana Padilha Oliveira, autores da ação.

O MPF quer uma reparação por danos morais coletivo em um valor de 0,5% do faturamento da edição. Além disso querem uma retratação da emissora com a população negra.

A Globo não se pronunciou sobre o processo. Em fevereiro, na época que a polêmica surgiu, disseram que havia prestado todos os esclarecimentos solicitados: “Esclarecemos que a esponja citada, representando um dançarino disco dos anos 1970, faz parte de uma coleção que retrata ícones de gerações e culturas diversas, como uma moça descolada dos anos 60, um soldado da guarda inglesa e até a rainha Elizabeth. Estes outros modelos estão sendo colocados na casa conforme as necessidades de uso e já podem ser vistos no ar”.

Vale lembrar que, durante o reality, o participante Ronan, que é negro, deu nome para o boneco, proibiu que os amigos utilizassem a esponja para lavar louça e o deixou como decoração da mesa.

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