Um dos ícones na luta do Movimento Negro, Eduardo de Oliveira, é autor de um cântico à africanidade brasileira, o “Hino à Negritude”, oficializado em 9 de setembro de 2009.
Poeta, fundador, presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) e militante do movimento negro há mais de 60 anos, Eduardo Oliveira ,dedicou sua vida à causa da igualdade
Fundou o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) para garantir a interpretação da história negra brasileira como um conjunto de possibilidades , a capacidade de dialogar com as distâncias geográficas que a história oficial do segundo país mais negro do planeta, busca manter das nossas africanidades estruturais. De Zumbi ao Quilombo dos Palmares. Dos Palmares a poesia dos Orixás.
Começou sua história com a literatura brasileira faz mais de 50 anos, e é autor de diversos livros e de uma luta de décadas contra o racismo.
Em 13 de maio de 1958 lançou seu primeiro livro: “Além do Pó” –
Um homem de opiniões fortes e contundentes: “Dizem que o negro não existe, que não existe raça e que o povo não tem mais referência racial, mas até pouco tempo tinha, para ser escravo, para trabalhar muito, para ficar na senzala, era a raça que servia, eram os filhos do continente negro”- dizia Oliveira.
Ou: “Eu sempre falo que o negro, não só no Brasil, mas no mundo, é sempre uma afirmação de um crime perpetrado contra a Humanidade. Cada rosto negro é um corpo de delito. É a prova de uma perversidade feita por um grupo sobre outro grupo”.
Foi um crítico feroz das declarações do agora cassado, senador Demóstenes Torres do Partido dos Democratas (DEM), durante audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), dias 3 e 4 de março, quando este afirmou que : “As mulheres negras do Brasil escravocrata é que seduziam e gostavam de se deitar com seus senhores, não havia estupro, pois elas consentiam em se relacionar sexualmente com os “sinhozinhos”! “.
Exerceu sua cidadania de forma legitima no trabalho de resgatar o negro e sua ancestral herança africana.
O historiador americano Thomas Skidmore afirmou: “Somente entendi o problema racial brasileiro quando conheci o professor Eduardo de Oliveira”.
O professor Eduardo de Oliveira que foi o primeiro vereador negro eleito, pela cidade de São Paulo , em 1963, morreu hoje, 12 de julho de 2012, aos 86 anos, em São Paulo.
Fonte: Cada Minuto