Movimentos sociais negros do Estado da Paraíba escolhem conselheiros do CEPIR

Representantes de entidades negras da Paraíba escolheram no último sábado, 24, no auditório da Federação do Comércio (FECOMÉRCIO), os últimos cinco conselheiros (e seus respectivos suplentes) para a instalação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR). A assembléia foi um requisito previsto na Lei Estadual nº 8.981, de 15 de dezembro de 2009, que institui o CEPIR.

 

Os titulares escolhidos são a pedagoga Fátima Solange Cavalcanti, representante da Pastoral Afro-brasileira, o jornalista Dalmo Oliveira, coordenador-geral da Associação Paraibana dos Portadores de Anemias Hereditárias (ASPPAH), Clariana Cendy, representante do Fórum Paraibano de Promoção da Igualdade Racial (FOPPIR), a enfermeira Fernanda Benvenutty, da Associação dos Travestis da Paraíba (Astrapa) e o historiador Jair Silva, líder do Movimento Negro de Campina Grande.

 

A plenária também escolheu cinco suplentes: Paulo César, do Centro de Estudos do Negro (CEN), da cidade de Sousa, o historiador Valber Almeida de Matos, da Associação Cultural, Educacional e Ambiental (ASCA), da cidade de Aparecida, Sandra Kalyne, presidente da Central Única das Favelas, sessão Paraíba (CUFA-PB), a jornalista Sonia Lima, coordenadora da ONG Liberta e o também jornalista Moisés Alves da Silva, do Movimento Negro de Campina Grande.

 

O evento iniciou com uma mística de abertura, realizada por membros da Juventude Negra, ocorreu uma primeira mesa, com as falas institucionais da secretária de Estado Gilcélia Figueiredo (SEDH), da representante da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal (SEPPIR), Oraida Almeida e da conselheira Ebomy Conceição Reis de Ógùn, do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Intecab) representando o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). A mesa foi coordenada por Maria Marques, da coordenadoria dos Movimentos Sociais da SEDH.

 

Em seguida, outra mesa foi montada com convidados que falaram da história e lutas dos movimentos sociais negros no estado da Paraíba. O primeiro convidado desta mesa foi o coordenador da ONG Malungus, Carlos Henriques, que fez um detalhado histórico do movimento negro, relembrando antigos militantes fundadores e os momentos históricos deste segmento social no estado e no país.

 

Em seguida, falou a advogada Luciene Araújo, membro da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica, secção Paraíba. Ela falou da consolidação dos conselhos de direitos da sociedade civil organizada e da importância do controle social nestas instâncias.

 

Por último falou o geneticista Antonio Novaes, da Universidade Federal da Paraíba e do Instituto de Referências Étnicas (IRE), abordando, principalmente, a questão das políticas afirmativas para negros dentro das universidades públicas. A mesa foi coordenada pela historiadora e professora da Universidade Estadual da Paraíba, Vania Fonseca.

 

O momento tenso da plenária ocorreu quando da votação do regulamento interno da assembléia. Para coordenar os trabalhos foram convidados Oraida Almeida, Ebomy Conceição e o ativista Vandinho de Carvalho. O primeiro impasse se deu quando se tentava discutir critérios de credenciamento para participação no evento. Representantes da ONG Bamidelê contestaram a presença de representantes de religiões de matriz africana e de capoeiristas. Depois de uma longa sucessão de falas, apartes e questões de ordem, a mesa coordenadora teve dificuldades para concluir os trabalhos, mas no final prevaleceu o bom senso, e a escolha dos conselheiros pode ser concluída, com a disputa entre duas chapas compostas de dez pessoas cada uma.

 

A chapa vencedora, articulada em torno do Fórum Paraibano de Promoção da Igualdade Racial (FOPPIR), obteve 47 votos, enquanto a chapa articulada pelas entidades que compõem o Movimento Negro Organizado da Paraíba (MNOPB), obteve apenas 16 votos. O CEPIR será composto, em sua totalidade, por 24 conselheiros, sendo 12 indicados diretamente pelo governo estadual e 12 indicados pelos movimentos sociais negros, pelas comunidades tradicionais negras, povos indígenas e povos ciganos.

 

Fonte: Pbagora

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