Mulher é presa por insultos racistas a passageiros no metrô de Londres

Uma passageira do metrô de Londres foi condenada a 21 semanas de prisão após admitir ter feito insultos racistas a outros passageiros.

Durante pelo menos sete minutos, Jacqueline Woodhouse, de 42 anos, moradora do bairro de Romford, no leste de Londres, agrediu verbalmente e ameaçou passageiros que viajavam com ela no vagão.

O incidente, ocorrido no dia 23 de janeiro, foi filmado por uma câmera de celular e colocado no site de vídeos YouTube.

Além das 21 semanas de prisão, Woodhouse também recebeu uma sentença que restringe seus movimentos na cidade.

Em uma outra audiência, no início do mês, Woodhouse já havia admitido ter praticado intimidação intencional agravada por racismo.

O Incidente

Ao entrar no vagão do metrô, Woodhouse tropeçou em uma mulher negra chamada Judy Russell. Imediatamente, começou a insultar a passageira, gritando: “Vocês africanos pegam nossas habitações populares”.

O autor do vídeo, Galbant Juttla, é visto no filme dizendo a Woodhouse que fique de boca fechada porque tinha bebido demais.

“Esse não é seu país, então, qual é o seu problema?”, ela respondeu. “Pessoas como você tomaram conta (do país)”.

Aos outros passageiros que viajavam no trem lotado, ela disse: “Vou prender vocês porque não moram aqui”, e “espero que não estejam recebendo benefícios (ajuda financeira do governo).

O vídeo foi visto mais de 200 mil vezes.

Woodhouse se entregou à polícia, dizendo aos policiais que não se lembrava dos comentários, mas que reconhecia a si mesma no vídeo.

Lição

Explicando sua decisão de colocar o vídeo no YouTube, Galbant Juttla disse:

“Coloquei (as imagens) no YouTube porque achei que seria a forma mais rápida de pegar essa pessoa”.

“Também precisava mostrar ao público o tipo de pessoa que existe por aí e (incentivar o público) a não tolerar esse tipo de comportamento”.

“Meus filhos viram o vídeo e ficaram horrorizados”.

Ao anunciar a sentença, o juiz, Michael Snow, disse que a ideia de que cidadãos britânicos possam ser submetidos a esse tipo de comportamento causa vergonha.

Para o juiz, qualquer pessoa que assista ao vídeo pode, como consequência, “acreditar que ele representa, secretamente, as opiniões de outros brancos” .

“O trem estava lotado com pessoas de várias etnias”, disse. “Incluindo crianças”.

Woodhouse servirá a metade de sua pena na prisão. Ela também foi proibida, durante os próximos cinco anos, de andar de metrô ou na linha ferroviária Docklands Light Railway – quando estiver bêbada.

 

 

Fonte: BBC Brasil

+ sobre o tema

Vídeo mostra Lázaro Ramos explicando para filha sobre cabelos crespos: “Nossa coroa”

O ator Lázaro Ramos abordou conscientização e ancestralidade ao compartilhar um...

Suspeito de matar rapper Tupac Shakur em 1996 é preso nos EUA

O suspeito de assassinar a tiros em 1996 o...

A presença de uma Juíza Negra no STF é uma questão de coerência, reparação histórica e justiça

A Constituição Federal, estabelece como objetivo da República Federativa...

Banco do Brasil é alvo de inquérito inédito sobre papel na escravidão e MPF pede reparação

O Ministério Público Federal (MPF) notificou o Banco do...

para lembrar

Lilian Thuram em Lisboa contra o racismo

Em 2008, após deixar os gramados, Lilian Thuram assumiu...

Imitação de Wozniacki no Brasil vira tema de debate sobre racismo nos EUA

O jogo exibição da última sexta-feira, em São Paulo,...

Sobre Adelaide, Zorra Total e o racismo sem graça – Por Dennis de Oliveira

Os defensores do programa e do quadro apresentam a...
spot_imgspot_img

Unicamp abre grupo de trabalho para criar serviço de acolher e tratar sobre denúncias de racismo

A Unicamp abriu um grupo de trabalho que será responsável por criar um serviço para acolher e fazer tratativas institucionais sobre denúncias de racismo. A equipe...

Peraí, meu rei! Antirracismo também tem limite.

Vídeos de um comediante branco que fortalecem o desvalor humano e o achincalhamento da dignidade de pessoas historicamente discriminadas, violentadas e mortas, foram suspensos...

‘Moro num país racista’, diz empresário que encerrou contrato de R$ 1 mi por ser chamado de ‘negão’

Nem o ambiente formal de uma reunião de negócios foi capaz de inibir uma fala ofensiva, de acordo com Juliano Pereira dos Santos, diretor...
-+=