Mulher negra chega a ganhar 47,8% da hora do homem não negro

Estudo do Dieese mostra diferenças nas condições de trabalho no país.
Região metropolitana de SP tem maior diferença entre negro e não negro.

 

O rendimento médio real por hora trabalhada das mulheres negras ocupadas chegou a no máximo 58,3% do valor pago aos homens não negros em 2011, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito em sete regiões metropolitanas do país.

Foram analisadas as regiões de Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.

Em todas as regiões analisadas, o rendimento por hora trabalhada das mulheres negras correspondeu no máximo a 58,3%, em Porto Alegre, e 58,6%, em Fortaleza, do valor dos homens não negros. No Distrito Federal e na Região Metropolitana de São Paulo, o valor da hora trabalhada das mulheres negras não representava 50% (49,5% e 47,8%, respectivamente).

A diferença é grande mesmo entre homens negros, que recebiam entre 60,1%, em São Paulo, e 72,9%, em Fortaleza, do que é pago aos homens não negros.

Para as mulheres não negras, a diferença variava de 76%, em São Paulo, a 84,1%, em Belo Horizonte, do valor pago aos homens não negros no período.

Desemprego
Além de terem os menores salários, as mulheres negras apresentaram as mais elevadas taxas de desemprego em comparação aos demais grupos no período – apesar de ter diminuído a distância entre as taxas de desemprego de negros e não negros em todas as regiões (com exceção de Porto Alegre), diz o Dieese.

O desemprego atingia mais as mulheres negras do que os homens negros e não negros. Na Região Metropolitana do Recife, a taxa de desemprego das mulheres negras, de 18,1%, equivalia a duas vezes a taxa dos homens não negros, 9%. A menor distância foi observada na Região Metropolitana de Fortaleza (mulheres negras, 11%, e homens não negros, 7,1%)

“Apesar da redução das desigualdades ao longo das últimas décadas, ainda persistem diferenças significativas nas condições de trabalho vivenciadas por negros e não negros no mercado de trabalho”, cita o Dieese, em nota.

Segundo o estudo, em 2011, os negros eram cerca de dois terços da População em Idade Ativa (PIA) e da População Economicamente Ativa (PEA), maioria em relação aos não negros, nas regiões de Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador e no Distrito Federal.

 

 

Fonte: G1 

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