Mulher negra recebe carta anônima com ofensas racistas no Paraná

Caso ocorreu em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.
Doceira ficou abalada e precisou da ajuda de terapeutas para desabafar.

Do G1 

A doceira Janete Martins, que mora em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, precisou de tratamento psicológico após receber uma carta anônima com ofensas racistas. “Eu tenho orgulho da minha cor. Tenho orgulho dos meus cabelos afro. Eu até pensei em me calar, mas a gente sabe que muita gente passa por isso. Então, por isso eu resolvi falar”, argumentou.

“A pessoa que escreveu essa carta estava com muita raiva, eu imagino. Porque ela fala a respeito de pessoas de cor, que nunca vão ser igual ao branco, que eu nunca vou ser recebida nos mesmo lugares igual a um branco. Que eu nunca vou ganhar igual a um branco. E que é melhor eu aceitar porque eu tenho no sangue um DNA de um escravo. Isso pesou bastante. Doeu”, desabafou Janete.

A doceira disse ainda que as ofensas mexeram não só com o psicológico dela, mas de toda a família. “Mexeu muito com o meu emocional e está mexendo até hoje. Não só com o meu, como o da família inteira. Acaba abalando toda a família”, acrescentou.

Racismo é crime com pena prevista de um a três anos de reclusão. O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior reforçou a importância de denunciar os casos para o polícia e para o Ministério Público.

“A superação do racismo, a superação dessas práticas preconceituosas, de discriminação, só vai ocorrer quando efetivamente se fizer o enfrentamento. Então, se tomar isso como se fosse uma mera brincadeira, como se não tivesse um animus de ofender, porque na verdade, ofende”, disse o procurador.

Foto: Reprodução G1

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