‘Não representarei esse Brasil que segrega’, desabafa nadadora Joanna Maranhão

A hashtag ‘#CunhaGolpista’, usada pelos contrários à redução da maioridade penal, chegou ao topo dos assuntos mais comentados no Twitter

Do O  Dia 

A nadadora Joanna Maranhão publicou nesta quinta-feira um vídeo em seu perfil no Faceboook se posicionando contra a redução da maioridade penal, aprovada ontem para casos de crimes hediodos, homicídios dolosos e lesão corporal seguida de morte, na Câmara dos Deputados. A hashtag ‘#CunhaGolpista’, usada pelos contrários à redução da maioridade penal, chegou ao topo dos assuntos mais comentados no Twitter, ainda durante a madrugada. Já a hashtag de comemoração pela aprovação da PEC (#CunhaMeRepresenta) não alcançou o mesmo sucesso.

Na descrição do vídeo, a esportista disse que “pensou  bastante” antes de fazê-lo, mas que “considera o desabafo necessário” para sua saúde mental. “Estou a caminho do meu quarto campeonato pan-americano mas não representarei esse Brasil que segrega e que não se compadece”, escreveu.

Joanna também afirmou que não consegue desassociar sua representatividade na competição internacional a política do país. “Já é a segunda vez que amanheço e tomo conhecimento dessas manaobras criminosas que Eduardo Cunha tem feito no Congresso e eu sinto um desgosto muito grande. Não sou a favor da maioridade penal e não há nada, nenhum dado que me convença de que isso resolve violência. A gente sabe que no Brasil quem vai ser preso é menor de idade preto e de favela”, desabafou.

“Gostaria que os nossos problemas fossem resolvidos na raiz deles. (…) Vou para o pan-americano defender o meu país, mas eu não vou estar representando essas pessoas que batem palma para Feliciano, Bolsonaro, Eduardo Cunha, Malafaia… Não são vocês que eu vou estar representando”, concluiu. Confira abaixo o vídeo na íntegra:

YouTube video

 

 

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...