Organizações de afrodescendentes latino-americanos pediram à União Europeia (UE) e a outros organismos internacionais que deixem de considerá-los uma minoria em suas estratégias de desenvolvimento.
Os afrodescendentes da América Latina “devem de ser tirados desse status de ‘outras minorias'”, já que “somos 150 milhões, ou seja, 30% da população total. Não somos minoria”, disse à Agência Efe nesta quarta-feira em Budapeste o peruano Oswaldo Bilbao, diretor-executivo do Centro de Desenvolvimento Étnico (Cedet).
Bilbao participa de uma conferência do Grupo Internacional para os Direitos das Minorias, organizada na capital húngara, sobre “o papel das minorias e povos indígenas na cooperação para o desenvolvimento”.
“Pedimos à UE e a outras organizações multinacionais uma estratégia dirigida aos afrodescendentes, como povo, como povos autônomos, sujeitos a direitos diferentes aos das povoações indígenas”, disse, por sua parte, Joel Campbell, do Centro de Direitos Humanos, Cidadãos e Autônomos da Nicarágua (Cedehca).
O ativista lembrou à Efe que a UE está investindo em educação na América Latina.
No entanto, considerou que os fundos que chegam “não estão bem direcionados. Ou seja: a UE destina 80% da cooperação aos Estados e 20% à sociedade civil”.
“Isto deveria ser um pouco mais equilibrado”, porque é a sociedade civil que fiscaliza “o uso dos fundos e denuncia a corrupção dentro dos países”, acrescentou Campbell.
Ele assinalou que a ONU escolheu o ano de 2011 como o dos afrodescendentes, e adiantou que se está trabalhando em uma declaração destes povos, para detalhar quem são, quais são seus direitos fundamentais e suas particularidades.
Participaram da conferência organizada em Budapeste delegados de ONGs de 10 países da América Latina, Ásia e África.
Fonte: Google Noticias