(1’51” / 434 Kb) – No sistema bancário brasileiro, cerca de 81% dos postos de trabalho são ocupados por brancos, ficando os 19% restantes a cargo de negros e negras. A diferença também está presente na remuneração, com pretos e pardos recebendo 84% dos salários de brancos. Os dados foram apresentados durante o 1º Fórum Nacional: A invisibilidade Negra no Sistema Financeiro, que aconteceu nesta semana em Salvador (BA).
O evento foi organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Para a secretária de Políticas Sociais da entidade, Deise Recoaro, os dados mostram a invisibilidade da questão racial no setor.
“Os negros nos bancos são invisíveis na medida em que se entra em uma agência bancária, por exemplo, e não consegue se ver a participação da população negra nos locais de trabalho. Os bancários vêm trabalhando com o tema e denunciando a discriminação na contratação, no acesso ao trabalho bancário. Os poucos negros que têm na categoria, têm dificuldade também na carreira, não conseguem ter promoções”.
Segundo Deise, os principais postos de trabalho ocupados por negros são os mais precarizados e de baixa remuneração, como os serviços terceirizados de call center. Ela também ressalta a diferença entre bancos públicos e privados.
“A participação dos negros melhora nos bancos públicos em relação aos bancos privados. Porque nos bancos públicos, o acesso ao emprego é por concurso público e isso, de certa forma, democratiza mais o acesso”.
As estratégias de marketing social dos bancos foram criticadas durante o encontro. O presidente do Olodum, João Jorge, declarou que dos R$ 40 milhões investidos pela Caixa Econômica Federal em projetos sociais, nenhum era voltado para a comunidade negra.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
Fonte: Correio do Brasil
