Neymar encerra “caso racismo”, mas repreende técnico: “fugiu da ética”

Neymar preferiu encerrar a repercussão sobre uma possível ofensa racista do técnico Roberto Fonseca, do Ituano, durante o primeiro tempo da vitória do Santos por 1 a 0 contra o clube do interior, na quarta-feira. O jogador alegou que sequer tem convicção do responsável pelo ato, mas repreendeu a intervenção do treinador rival alegando se tratar de “falta de ética”.

“Foi uma coisa séria e chata para quem escuta. Acabei escutando algo, sim, mas não tenho certeza de quem foi. Antes de tudo, ele fugiu um pouco da ética, não tinha o direito de falar com o jogador adversário. Ele está lá para comandar a equipe dele”, afirmou o camisa 11.

Neymar já havia recuado sobre a possível declaração alegando que podia ter “escutado mal”, mas deixou o campo dizendo estar cansado de “gente chata no pé”.

A discussão ocorreu durante a partida. Neymar se dirigiu ao banco de reservas e questionou Fonseca: “me chamou de macaco?”. Em seguida, o atacante abordou o quarto árbitro: “você viu isso aqui?”.

O treinador rival, irritado, declarou no intervalo que o atacante estava “surdo” e reiterou ter se dirigido ao jogador para chamá-lo de “cai-cai”, termo utilizado quando um jogador tenta simular faltas.

“Se sou cai-cai, pulo, não me ofende, não vai atingir a mim, mas pode colocar a interpretação do árbitro de forma errada. Ele não tem que falar ou abrir a boca, só organizar o time dele mesmo. Nunca vi o Muricy falando com o adversário. A partir daí acabou fugindo, retruquei, fui xingado e xinguei da mesma forma. Fui ‘educado’ com ele. Mas já é um assunto encerrado, já deu”, disse.
O Santos se manteve na liderança da competição, com dez pontos, e se prepara para o primeiro grande teste temporada, o clássico contra o São Paulo que promoverá o reencontro com Paulo Henrique Ganso, no domingo, na Vila Belmiro.

 

 

Ministra planeja campanha contra racismo no futebol brasileiro

Neymar, racismo e a pergunta que ultrapassa um simples jogo

Neymar acusa técnico do Ituano de racismo: “me chamou de macaco?”

Fonte: Terra

+ sobre o tema

Por que as altas desigualdades persistem?

Com o fim da escravidão, nutria-se a esperança de que...

Discriminação existe, diz mãe do primeiro aluno com Down da UFG

Apaixonado por mapas, Kallil decidiu fazer o vestibular para...

Racismo no Carrefour: Carrefour indeniza cliente confundido com ladrão em loja da Grande SP

Januário Alves de Santana foi agredido por segurança em...

Modelo Londone Myers fala sobre racismo durante backstage

Ela relatou uma triste experiência durante a semana de...

para lembrar

Estudante Negro da UFRJ é coagido a sair de ônibus universitário

Por Chico Motta     Na terça-feira dia (26/02) , às 22h,...

Real: Adebayor denuncia cânticos racistas

O avançado Emmanuel Adebayor, do Real Madrid, diz...

Valdisio Fernandes: A luta pela hegemonia uma perspectiva negra

A discussão presente hoje no movimento negro acerca da...

A relação de poder e o vitimismo branco

Quando você está acostumado a privilégios, a igualdade parece...
spot_imgspot_img

O mínimo a fazer no Brasil

Defender e incentivar ações afirmativas pela diversidade e equidade étnico-racial é o mínimo a fazer num país que por quase 400 anos baseou sua economia no...

Não existe crime de injúria racial contra pessoa de pele branca, diz STJ

O crime de injúria racial, previsto na Lei 7.717/1989, não se configura no caso de ofensa baseada na cor da pele dirigida contra pessoa branca. Com...

Oitenta anos do nascimento de Bob Marley

Em 1945, ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial, nasceu Robert Nesta Marley. Dia 6 de fevereiro não é feriado oficial na Jamaica,...
-+=