Nos casos mais graves, possibilidade de sucesso no tratamento passou de 20% para 40%. Pesquisa acompanhou mais de cinco mil mulheres em diferentes estágios.
Por Jornal Nacional, Do G1
Uma pesquisa mostrou resultados animadores para mulheres com câncer de mama: aumentou o índice de sobrevida mesmo em estágios mais avançados da doença.
O que já foi uma dura sentença no consultório vai tomando a forma de uma doença que pode ser encarada cada dia mais com esperança. A pesquisa do hospital paulista A.C. Camargo acompanhou mais de cinco mil mulheres em diferentes estágios de câncer de mama.
Nos casos mais graves, quando a doença se espalha da mama para outros órgãos, a possibilidade de um tratamento bem-sucedido passou de 20% para 40%. Para o tumor combatido num estágio inicial, então, as chances de sucesso alcançaram quase 100%.
Segundo a médica que coordenou o estudo, isso foi possível com uma abordagem multidisciplinar, integrando as diversas fases de tratamento e os profissionais envolvidos. Uma atenção personalizada a cada subtipo de tumor, à fase em que a doença se encontra e à qualidade de vida que se busca para cada paciente, sem descartar, naturalmente, o avanço da medicina.
“Ao longo de todo esse período, nós tivemos novas drogas, novos tipos de tratamento que, ao longo do tempo, foram sendo somados e foram sendo disponibilizados para as mulheres”, disse Fabiana Makdissi, diretora do Departamento de Mastologia do A.C. Camargo.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres do mundo todo. No Brasil não seria diferente, são cerca de 60 mil novos casos descobertos todo ano.
Se a pesquisa traz boas notícias para o tratamento da doença, também reforça a importância do diagnóstico precoce. Segundo os médicos, toda mulher deve fazer mamografia a partir dos 40 anos de idade pelo menos uma vez por ano. Também é fundamental ter acesso a um serviço ágil para marcação de exames a fim de se descobrir a doença na sua fase inicial, aumentando a chance de cura.
A gerente de banco Fabiana Melo Serrano soube que tinha câncer de mama há dois anos e meio – o tumor já estava nos ossos. Fez quimio, rádio, hormonioterapia. O tratamento vai se adaptando ao que aparece nos exames como uma doença crônica.
“Você aceita a circunstância e aquilo te motiva, te dá força, você tem que encontrar força no que você tem e assim vai. E falo no trabalho: me tratem igual a todo mundo, não sou diferente de ninguém”.