Nordeste é região mais arriscada para adolescentes

Por: Renan Ramalho

Para analista, só o crescimento econômico não diminui vulnerabilidade

 

O Nordeste é a região brasileira que se mantém com os mais altos índices de morte de adolescentes e foi onde o risco de homicídios maiscresceu no país. Em 2007, a cada grupo de 1.000 adolescentes com 12 anos, 3,5 foram assassinados. No Brasil, esse índice é de 2,67.

Os números fazem parte do estudo IHA (Índice de Homicídios na Adolescência), realizado em conjunto pela SDH (Secretaria de Direitos Humanos), do governo federal, Unicef e a ONG Observatório de Favelas.

O levantamento, feito em 266 cidades de todo o país, leva em conta apenas aquelas com mais de 100 mil habitantes.

Durante os três anos do levantamento, de 2005 a 2007, o Nordeste não apenas se manteve como a região mais violenta para os adolescentes, como foi a que mais cresceu nesse aspecto.

Em 2005, foram assassinados 2,64 adolescentes em cada grupo de 1.000. No Brasil, foram 2,51. Nesse intervalo, a única região que apresentou queda no índice foi o Sudeste: caiu de 2,48 para 2,41 o número de homicídios.

Para a secretária nacional de promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen de Oliveira, a situação mostra que, embora seja a região que mais cresceu economicamente nos últimos anos, o Nordeste não agregou políticas de proteção aos jovens.

– Desmente uma tese mais simplista que se você pode aumentar a renda, diminui a violência. É preciso que a gente conheça, para além da pobreza, o que está afetando as condições de vida desses adolescentes.

Ela citou como possíveis causas a baixa escolaridade, fraco atendimento médico e as drogas.

– Temos um problema muito grave relacionado às drogas, especialmente o crack, que tem proximidade mais forte com o narcotráfico. E nós temos em alguns Estados do Nordeste uma relação entre homicídios e extermínio de adolescentes.

A cidade que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi Maceió, capital que registrou o maior número de homicídio de adolescentes. Enquanto no Brasil, morreram em 2007, 2,67/1.000, na capital alagoana, o índice foi de 7,1.

O estudo constatou que, se mantidas as tendências verificadas nos três anos de estudo, quase 33 mil adolescentes que tinham 12 anos em 2007 devem morrer até 2013, quando completariam 19 anos. Os grupos mais vulneráveis são jovens do sexo masculino, negros e de famílias de baixa renda.

 

Fonte: R7

+ sobre o tema

Rede social para negros quer dar visibilidade a políticos e empreendedores

A Black & Black, uma rede social brasileira indicada...

Exposição na Casa França Brasil conta a história do negro no Rio

Mostra reúne 500 peças, como bronzes do Benin, máscaras...

Quilombolas entrarão na justiça por danos morais

Federação Nacional de Associações Quilombolas (FENAQ) entrará com uma...

para lembrar

Zumbi é homenageado em cavalgada pela liberdade

Doze horas a cavalo pelas serras da Barriga...

ONU aprova Década do Afrodescendente a partir de 2013

Luciano Nascimento Repórter da Agência Brasil Brasília - O ano de...

HILTON COBRA – Novo Presidente da Fundação Palmares

Hilton Cobra, é o novo  presidente da Fundação Cultural...

Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana

A íntegra da política já está disponível para download. Lançado...
spot_imgspot_img

João Cândido e o silêncio da escola

João Cândido, o Almirante Negro, é um herói brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul....

Levantamento mostra que menos de 10% dos monumentos no Rio retratam pessoas negras

A escravidão foi abolida há 135 anos, mas seus efeitos ainda podem ser notados em um simples passeio pela cidade. Ajudam a explicar, por...

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi...
-+=