A coragem de Nelson Mandela ao longo de sua vida nos sinaliza o que fazer nesse momento de perda: reverenciar seu exemplo e amplificá-lo. Porque Mandela foi mais do que um enorme estadista do seu povo. Ele se tornou um líder da Humanidade inteira. O abominável racismo que mancha para sempre a biografia humana — e que jamais deve ser esquecido — deparou-se, na figura gigantesca de Mandela, com mais do que um inimigo estratégico. Ele foi um combatente devotado à sua extinção.
Com isso, nós, as brasileiras e brasileiros que recebemos da África um traço essencial da nossa formação ao custo alto da escravidão, fomos e nos sentimos mais uma vez ligados àquele continente. Se a relação inicial foi a nódoa infeliz da escravidão, a atual é a da abolição — e seu nome é, para sempre, Mandela.
Eleonora Menicucci
Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República