Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, discursou perante 20 mil pessoas na homenagem às vítimas do ataque terrorista a uma mesquita e a um centro islâmico de Christchurch.
Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, homenageou esta sexta-feira as 50 vítimas mortais do atentado terrorista a uma mesquita e a um centro islâmico, em Christchurch, perpetrado por um australiano de extrema-direita no dia 15 de março.
A cerimónia, que decorreu no Parque Hagley perante cerca de 20 mil pessoas, contou com a presença de vários chefe de Estado de países do Pacífico, entre os quais Scott Morrison, primeiro-ministro australiano. Com uma capa maori pelas costas, Jacinda Ardern foi muito aplaudida no seu discurso em que apelou ao fim dos sentimentos extremistas. “O mundo tem estado preso a um ciclo vicioso de extremismo que gera mais extremismo e isso deve acabar”, começou por dizer.
“Não podemos enfrentar este tipo de problemas sozinhos. A resposta está na nossa humanidade, mas por enquanto vamos recordar as lágrimas da nossa nação e da forma determinada como reagimos. Cada um tem o poder de curar através das nossas palavras, ações e atos diários de bondade. Que seja esse o legado do dia 15 de março”, acrescentou a primeira-ministra neozelandesa, lembrando que cada um dos cidadãos do país que lidera tem “a responsabilidade de construir o lugar que quer ter”.
“Este lugar é diverso, acolhedor, gentil e compassivo. Esses valores representam o melhor de nós. Mas até os maiores vírus podem existir em lugares onde não são bem-vindos. O racismo existe, mas não é bem-vindo aqui”, finalizou, debaixo dos aplausos da multidão que quis homenagear as vítimas numa cerimónia transmitida para todo o país.
Farid Ahmed, um dos sobreviventes do ataque que perdeu a mulher Husana, foi questionado sobre se tinha perdoado o autor do ataque. “Alá ama aqueles que controlam sua ira e perdoam seus parceiros humanos”, começou por dizer, aproveitando para agradecer aos neozelandeses “por mostrarem ao mundo que a Nova Zelândia é um país pacífico”.
Por sua vez, a autarca de Christchurch, Lianne Dalziel, garantiu que os habitantes daquela cidade “não serão definidos pelo que aconteceu no dia 15 de março”.