Novo Código Penal: Sugestões relativas à questão racial são entregues ao relator Pedro Taques

 

Um grupo coordenado pelo Ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Carlos Alberto Silva Junior, foi recebido hoje (07.11) pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), relator do Novo Código Penal. A secretaria da presidência da República responsável por acompanhar a implementação da legislação e o cumprimento dos instrumentos de combate à discriminação racial ou étnica, apresentou o resultado do trabalho conjunto de cinco meses como sugestões ao novo Código.

“A Constituição garante aos cidadãos as mesmas oportunidades na busca por uma vida mais digna: ‘Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade’. Como relator do novo Código Penal, tenho o compromisso de buscar a efetivação desse direito fundamental que é a igualdade”, afirmou o senador Pedro Taques.

No relatório, aborda-se a relevância da temática do racismo no Brasil. O grupo faz uma análise do anteprojeto no que tange à questão racial e ao sistema jurídico brasileiro. “Um exame do anteprojeto de Código Penal revela, do ângulo da tutela penal da igualdade racial, importantes inovações conceituais e simbólicas cintilando ao lado de graves vícios”, diz o documento entregue ao relator.

Entre as iniciativas que “merecem aplausos”, cita-se a classificação do racismo como crime hediondo (art. 56, V) que, segundo o estudo, está sintonizada “com das demandas do Movimento Negro Brasileiro e com diretrizes do direito internacional dos direitos humanos”. Também registram a inclusão do racismo nos crimes contra a humanidade.

O relatório sugere alterações como a definição de pena de 2 a 5 anos para crimes de racismo, inclusive na Internet, e uma inovação no artigo 447, que trata do crime de “escarnecer alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa, ou vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

Pela nova redação proposta para o artigo, se a conduta do agressor impedir ou perturbar a cerimônia ou prática de culto religioso, a pena, inicialmente prevista para ser de prisão de dois a seis meses e multa, será aumentada de um a dois terços.

“Estamos prontos para contribuir com os trabalhos da comissão. É possível, por meio de um debate criterioso, alterar dispositivos que deixarão a legislação mais justa”, avaliou Carlos Alberto Silva Junior.

 

 

Fonte: Top News 

+ sobre o tema

A demolição de um templo de candomblé em Brasília e a liberdade religiosa.

Mais uma vez, os adeptos das religiões de matrizes...

Decisão que absolveu PMs diz que ouvir testemunhas era “irrelevante” para caso

Juíza afirmou que prova técnica que sobrepõe à testemunhal Do...

Como atitudes das torcidas de Boca e River escancaram racismo na sociedade argentina

Em duas semanas, três casos explícitos de racismo na...

O negro e a academia

você pode não acreditar, mas a Faculdade de Direito...

para lembrar

Olodum denuncia caso de racismo pelo Planeta Band

Em seu perfil no Facebook, o presidente do Olodum...

Carta aos negacionistas: comprem um seguro de vida

Senhores negacionistas, Coube à nossa geração viver uma encruzilhada existencial:...

Aluga-se quarto, mas não a indianos, paquistaneses ou africanos, etc

Anúncio colocado num quiosque na Inglaterra está a gerar...
spot_imgspot_img

Aluna do Insper acusada de chamar colega de macaca é expulsa, mas volta às aulas com liminar

Uma estudante de direito do Insper, universidade de elite em São Paulo, foi expulsa após ser acusada de proferir injúria racista a uma colega, mas conseguiu liminar...

Por prioridade às crianças e adolescentes negros nas eleições 2024 e o direito à educação

Nos últimos anos, casos de racismo e violência racial em escolas têm ganhado mais atenção na imprensa e no debate público. Apesar da indignação...

Professora Bárbara Carine denuncia racismo em campanha publicitária do Cremeb, em Salvador: ‘reforça estereótipo’

A professora e escritora baiana Bárbara Carine denunciou racismo em uma campanha publicitária realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb),...
-+=