Novo vestibular unificado permite a candidato concorrer em cinco federais

O novo vestibular unificado das universidades federais proposto pelo Ministério da Educação (MEC) deverá permitir que os candidatos escolham até cinco opções de curso que podem ser oferecidos por até cinco instituições.

Fonte: Folha Online – Uol Educação

Foto: Shutterstock

No ato da inscrição, o aluno teria que ordenar as suas preferências. Quem colocou um curso como primeira opção teria prioridade, mesmo que a sua nota tenha sido menor, sobre outro candidato que escolheu o mesmo curso como segunda opção e não foi selecionado para a sua primeira escolha.

 

A prova de seleção seria um Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) modificado. O exame passaria a exigir mais conteúdo específico –como os vestibulares tradicionais–, mas priorizando mais a capacidade analítica do que a “decoreba”.

 

Ficaria a critério das instituições realizar uma segunda fase.

 

O aluno elencaria as suas opções de curso após já ter em mãos o resultado do exame. Isso permitiria ao estudante, até determinada data, mudar suas opções de acordo com a pontuação. Com isso, no segundo ano do novo vestibular, ele já poderia saber a pontuação mínima de quem entrou em determinado curso no ano anterior e ter uma ideia de suas chances de passar.

 

Reitores que participaram ontem de uma reunião com o ministro Fernando Haddad (Educação) manifestaram a preocupação de que o novo sistema prejudique os alunos que moram em regiões carentes. “Eu avalio a proposta com cautela”, disse José Weber, da Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco. Ele falou em “maior disparidade regional”.

 

Seu receio é que, principalmente em cursos mais concorridos, como medicina, alunos de regiões mais ricas, por terem as melhores notas, ocupem as vagas em detrimento dos estudantes do semiárido e, após formados, voltem à terra natal.

 

A concordância das federais é fundamental para que a proposta do MEC siga adiante. Ao menos 38 reitores já manifestaram à pasta sua aprovação à proposta, mas a decisão é dos conselhos das instituições.

Para acelerar o processo, o MEC se comprometeu a enviar até amanhã um documento com mais detalhes sobre a proposta, como as datas previstas para a realização das provas.

 

Não foi definido se o início do novo modelo acontecerá neste ano. “Para as universidades que forem adotar só o Enem [como vestibular], 2009 é um prazo exíguo, mas possível. Se houver segunda fase, já fica mais difícil fazer neste ano”, disse o ministro. Por outro lado, afirmou, uma alternativa seria antecipar o Enem de outubro para setembro, para viabilizar a medida.

 

O sistema também poderia ser combinado com ações afirmativas, como as cotas.

 

Como, com o novo modelo, haveria mais mobilidade de universitários, Haddad prometeu aumentar os recursos destinados à assistência estudantil, usados para moradia e alimentação, dos atuais R$ 200 milhões para R$ 400 milhões.

 

Também será criada uma comissão para organizar o vestibular com representantes do MEC, das universidades e dos governos estaduais, responsáveis pelo ensino médio.

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