O dia em que os ricos descobriram a periferia, por Florestan Fernandes Jr

O dia em que os ricos descobriram a periferia, por Florestan Fernandes Jr

A abertura da Copa do Mundo no Brasil não vai entrar para história do futebol apenas pelos gols de Neymar ou pelo péssimo comportamento dos torcedores da ala Vip do Itaquerão. Mas sobretudo por ter acontecido na periferia pobre da maior cidade do país.

Da noite para o dia Itaquera virou a atenção do planeta. Mais que isso: Foi visitada por artistas como; Leonardo Di Caprio, Jennifer Lopes, o presidente da ONU, Ban Ki-moon, e vários chefes de Estado.

Um povo que estava à margem da nossa sociedade “civilizada” agora passa a ter orgulho de sua região.

Pena que o preço escorchante dos ingressos da Fifa tenha feito a distinção entre ricos e pobres. Os com grana, que nunca tinham posto o pé nessa periferia, foram pra dentro do estádio, e os sem grana ficaram do lado de fora.

Esse é o nosso país. Mas, mesmo assim, valeu. Muita gente deve ter sentido saudades dos tempos em que os estádios de futebol eram construídos no quintal de suas casas: Morumbi, Pacaembu, Pompeia, etc.

O Itaquerão inaugura uma nova época para os apaixonados pelo esporte mais popular do Brasil. A partir de agora muitos não terão mais que viajar quilômetros e perder horas em ônibus e metrô para ver seu time jogar. Pra mim, o Itaquerão é o CEU do futebol. E só mesmo o Corinthians, que não é o meu time de coração, poderia ser o fiador dessa transformação.

Fonte: Luis Nassif Online

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