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    Março por Marielle: Instituto lança Agenda Colaborativa com ações que denunciam 3 anos de impunidade

    Carteira de trabalho Foto: Agência O Globo/Jornal Extra

    Mulheres negras trabalham mais que os homens em funções não remuneradas em AL, diz IBGE

    Foto: GETTY

    Bayer lança meta de ter 50% de mulheres em cargo de chefia até 2030

    Foto: ONU Mulheres/Dzilam Mendez

    58% dos feminicídios são cometidos por companheiro ou ex, mostra pesquisa

    Reprodução/Facebook

    Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras lança agenda #MarçoDeLutas contra o racismo e o patriarcado

    Ceam/GDF

    Distrito Federal: Secretaria da Mulher mantém atendimentos durante lockdown; confira serviços

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    Motoristas argentinos terão de fazer curso sobre igualdade de gênero para ter habilitação

    Cartas de mulheres assírias encontradas em escavações revelam sua atuação nas redes de comércio da época (Foto: VANESSA TUBIANA-BRUN)

    As mulheres que chefiavam ‘empresas’ há 4 mil anos

    As mulheres usam a mandioca tradicionalmente para cozinhar e sabem prepará-la de várias maneiras.(Foto: TANIA LIEUW-A-SOE/CEDIDAS)

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      ‘Small Axe’ traz resiliência a histórias de racismo que poderiam ser apenas tristes

      Miriam Leitão (Imagem retirada do site Congresso em Foco)

      Um ano depois, a dúvida é sobre nós

      Goleiro Aranha, em sua segunda passagem pela Ponte Preta Imagem: Ale Cabral/AGIF

      Aranha reclama de racismo no futebol: ‘Era trocado pelo concorrente branco’

      Parem de nos matar (Portal Geledés)

      Pela afirmação da vida, pela liberdade e contra a brutalidade policial

      Foto: Pedro Kirilos/Riotur

      O Rio de janeiro continua… segregacionista

      Ashanti: nossa pretinha/Malê Mirim

      Literatura infantil para incentivar a autoestima em crianças negras

      Imagem: Frazer Harrison/Getty Images

      Globo de Ouro 2021: atores lamentam ausência de negros entre jurados

      O coletivo Lótus Feminismo é provavelmente um dos primeiros grupos a discutir feminismo asiático no Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)

      Feminismo asiático: mulheres amarelas lutam contra a erotização e o racismo 

      Christian Ribeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

      (Para que o absurdo não se torne razão) As vezes é necessário se falar o óbvio: RACISMO REVERSO NÃO EXISTE!

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      Brasil segue no topo de ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo

      Maíra Vida: Advogada, Professora, Conselheira Estadual da OAB BA e Presidenta da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa (Foto: Angelino de Jesus)

      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

      Racismo Estrutural – Banco é condenado a indenizar cliente por discriminação racial

      GettyImagesBank

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        (Foto: Daryan Dornelles / Divulgação)

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        Foto: Divulgação

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        Espetáculo Negra Palavra | Solano Trindade (Foto: Mariama Prieto)

        Identidades negra e indígena são tema do Palco Virtual de cênicas com leituras e espetáculos em construção de teatro e dança

        Beth Belisário (Foto: Divulgação)

        Beth Belisário, do bloco Ilú Obá de Min, abre série especial da coluna Um Certo Alguém em sinergia com a Ocupação Chiquinha Gonzaga

        Imagem 1 – Tear e poesia do fotógrafo Fernando Solidade

        Festival de Imagens Periféricas apresenta a multiplicidade cultural de São Paulo através da fotografia

        As mulheres usam a mandioca tradicionalmente para cozinhar e sabem prepará-la de várias maneiras.(Foto: TANIA LIEUW-A-SOE/CEDIDAS)

        As mulheres que cultivam mandioca no Suriname para vendê-la nos Países Baixos

        A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP). (São Paulo (SP), 09.09.1960. (Foto: Acervo UH/Folhapress)

        Carolina Maria de Jesus ganha título de Doutora Honoris Causa da UFRJ

         Instagram/@teresacristinaoficial/Reprodução

        Teresa Cristina, que já era imensa, saiu ainda maior do programa Roda Viva

        Filipe Nyusi agradeceu ao "povo irmão" da China pelo envio das primeiras vacinas contra a covid-19 Foto: HANNIBAL HANSCHKE

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              O que é colorismo, o conceito que está na boca de youtubers contra o racismo

              20/11/2017
              em Afro-brasileiros e suas lutas
              7 min.

              “Colorismo não é sua capacidade de pegar o lápis de cor e sair pintando tudo de forma colorida”, começa a explicar a youtuber Tia Má, codinome da jornalista baiana Maíra Azevedo, em um vídeo de junho.

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              15/01/2021

              Por Mariana Schreiber Do BBC

              Com seu jeito alto astral e assertivo, Tia Má tem hoje mais de 340 mil seguidores no Facebook. Discussões relacionadas ao universo negro e ao racismo são recorrentes em seus vídeos – o do colorismo está entre os de maior audiência na sua página oficial, com 773 mil visualizações.

              O conceito é usado para chamar a atenção para os diferentes níveis de preconceito e marginalização sofridos pela população negra, dependendo de quão mais afrodescendente é sua aparência. Isso inclui não só a tonalidade da cor, mas também outras características, como largura do nariz, grossura dos lábios e textura dos cabelos.

              Grosso modo, ele ocorre quando há variação de tratamento dado a afrodescendentes conforme o seu grau de proximidade a traços associados à ascendência africana.

              “No final todo mundo é preto e todo mundo é discriminado, mas é fundamental que a gente compreenda como essa discriminação acontece”, resume Tia Má, que, embora tenha sido registrada como parda quando nasceu, hoje se autodeclara negra.

              O colorismo não é um termo novo no movimento negro, mas ainda não caiu, digamos assim, na boca do povo. Agora, com a ajuda das redes sociais, começa a alcançar um público maior. Além da Tia Má, outros youtubers já trataram do assunto nas suas redes sociais, como Nátaly Neri (do canal Afros e Afins), Gabi Oliveira (De Pretas), Sá Ollebar (Preta Pariu), Rayza Nicácio e Spartakus Santiago.

              blankO assunto começa a chegar a um público maior através de influenciadores digitais do movimento negro | foto: acervo pessoal

              A advogada e militante Alessandra Devulsky, atualmente pesquisadora na Universidade de Montreal (no Canadá), prepara o livro O que é colorismo?, previsto para ser lançado em março de 2018. A publicação fará parte da coleção Feminismos Plurais, coordenada pela filósofa Djamila Ribeiro.

              Um dos objetivos da discussão é questionar a ideia de que a forte miscigenação no país seria um indicativo de “democracia racial”.

              Intelectuais e militantes negros usam o conceito de colorismo para denunciar que a mistura entre grupos étnico-raciais (no passado, frequentemente fruto da violência sexual de colonos brancos contra escravas negras) não criou uma convivência harmoniosa entre os diferentes, mas uma hierarquização social.

              Eles acreditam que entender a complexidade do racismo é fundamental para superá-lo. Além disso, defendem que os afrodescendentes de pele mais clara se conscientizem tanto do preconceito que sofrem, quanto dos privilégios que têm em relação aos de pele mais escura.

              “Os chamados negros na verdade vêm de múltiplos povos de várias regiões do território africano, assim como os brancos também têm as suas várias diferenças étnicas e culturais vindas da Europa. A miscigenação não elimina essas diferenças, ela multiplica”, nota o sociólogo Ronaldo Sales, especialista em questões étnico-raciais e professor da Universidade Federal de Campina Grande (na Paraíba).

              “O colorismo de alguma forma expressa essas diferentes dinâmicas. É a ideia de que não estamos falando de uma oposição entre os sem cor e os de cor, mas na verdade de um processo de contraste e diferenciação que utiliza esses critérios como forma de hierarquização social, e que não é linear”, acrescenta.

              Alessandra Devulsky explica que o colorismo está baseado na ideia de que existe um fenótipo (isto é, um conjunto de características físicas) normalizado: o europeu. O ideal, segundo essa lógica, é ser alto, ter a pele clara e os traços que remetem à “raça ariana”.

              “Quanto mais próximo se chega disso, maior a percepção de competência e beleza dessa pessoa”, observa.

              Ela ressalta que não se trata de uma “disputa” sobre quais são as opressões mais profundas, mas de “entender de que modo o racismo penetra nas nossas vidas, nas relações interpessoais, e como isso se constrói historicamente”.

              Essa lógica não está presente apenas no Brasil, acrescenta ela. Em sua pesquisa, Devulsky identificou o primeiro uso moderno do conceito na década da 60 na França, em referência a hierarquização social entre diferentes tipos de imigrantes africanos, já que os mais claros, vindos por exemplo da Argélia, tinham mais facilidade de se empregar que os mais escuros.

              blankA filósofa e pesquisadora Djamila Ribeiro | foto: acervo pessoal

              Segundo a advogada, essa hierarquia tem uma função econômica dentro da sociedade capitalista, pois cria uma distinção entre “quem pode colaborar e gozar de determinados benefícios sociais e quem não pode”. Dessa forma, cria uma classe vulnerabilizada, mais suscetível à exploração.

              “Eu ofereço então os menores salários e as piores condições, e essas pessoas vão aceitar, não porque não entendem que existe uma superexploração, mas porque não há alternativa para elas. Ou é aquilo ou a fome”, critica.

              A busca do embranquecimento

              Um dos reflexos perversos dessa hierarquização social é o esforço dos não brancos em tentar se embranquecer, observa Devulsky, exemplificando seu ponto com o avanço do consumo de cremes clareadores na Índia.

              “É um nicho cosmético (que permite) você conseguir vender um creme de clarear a pele com mais de 50 substâncias cancerígenas. Isso acontece porque o sujeito percebe que, se tiver a pele alguns tons mais claro, vai conseguir alimentar sua família de forma menos violenta, com menos horas de trabalho, num emprego menos indigno. Então, é óbvio que as pessoas vão procurar formas de aliviar esse sofrimento.”

              Um fenômeno mais presente no Brasil é a busca pelo cabelo liso. Djamila Ribeiro é uma mulher negra de pela escura e, por isso, como ela mesma diz, sua negritude “é indisfarçável”. Apenas adulta, porém, ela reconheceu seu cabelo crespo, que hoje usa em um penteado trançado.

              “A infância e a adolescência inteiras eu alisei muito meu cabelo. Não por questão de escolha, alisava porque queria ser aceita”, conta.

              “Minha mãe aquecia o pente de ferro no fogão e passava no meu cabelo. Depois passei para química, ambos processos extremamente agressivos. Eu só fui sentir a textura do meu cabelo na fase adulta. A maioria das mulheres negras da minha geração passaram por isso”, acrescenta.

              Pardo ou negro?

              Militantes procuram usar o debate do colorismo também para questionar essa tentativa de “embranquecimento”. Com o título “Pardo não tem raça? Entenda mais sobre colorismo e o lugar do pardo no debate racial brasileiro”, o vídeo do ciberativista Spartakus Santiago, publicado em setembro deste ano, teve 1,4 milhão de visualizações no Facebook.

              Ele usa o conceito para argumentar que afrodescendentes mestiços também são negros e os convida a se reconhecerem como tais, em vez de se declararem como “pardos”, “moreninhos” ou “queimadinhos de sol”.

              blankEufemismos como “moreninho” são uma forma de apagar a identidade negra, diz Spartakus | foto: acervo pessoal

              “Quando a pessoa entende que esses termos só camuflam o que a gente é, são só uma máscara para a nossa condição de negro, ela se inclui no debate racial!”, defende na gravação.

              Santiago, que tem ascendência africana e italiana, conta que dentro da sua própria família sofreu resistência quando passou a se afirmar como negro.

              “Eles me diziam ‘calma, você é moreno’, como se fosse uma ofensa ser negro. Esse é um dos meus vídeos que acho que tem mais papel social, pois muitas pessoas me procuram dizendo que entenderam sua identidade racial a partir dele”, contou à BBC Brasil.

              O debate, porém, não se dá sem tensões. Santiago, assim como a youtuber Rayza Nicácio, já sofreu críticas de afrodescendentes de pele mais escura que dizem que eles não são negros de verdade. Na visão de Djamila Ribeiro, essa resistência é reflexo do racismo mais duro que essas pessoas enfrentam.

              “Muitas vezes a sociedade racista vai privilegiar esses negros de pele mais clara, até no sentido de serem convidados para falarem de certos temas, a ocuparem certos postos que são importantes para a população negra. Isso gera tensões. Mas é importante elas (as mais escuras) entenderem que isso não é responsabilidade dessas pessoas (mais claras), isso é um mecanismo criado por um sistema racista para nos dividir”, ressalta.

              Santiago foi também acusado de estar “apagando” a ascendência indígena ao defender que pardos se assumam como negros. Ele reconhece que as críticas lhe despertaram novas reflexões e diz que pretende gravar um novo vídeo sobre o assunto. Depois dessas mensagens, ele também acrescentou na descrição do vídeo a ressalva de que estava se referindo aos pardos com afroascendência.

              Um ponto central no debate do colorismo é que ser negro está relacionado com a forma como a pessoa é “lida” pela sociedade. Para Devulsky e Sales, não se trata apenas de um processo individual de autodeclaração, mas algo que se constrói coletivamente, na relação com os outros.

              Nesse sentido, Sales considera, inclusive, que há a identidade do “pardo-branco”. “São pessoas que, embora mestiças, passam como brancas (por suas características físicas) e não são descriminadas por sua cor. Jamais seriam negras. Nesse caso, não devem se beneficiar de cotas em concurso”, argumenta.

              Já os afrodescendentes que sofrem preconceito racial são negros, considera o sociólogo, independentemente de sua pele ser mais ou menos escura.

              Para argumentar, ele usa uma metáfora: “Eu costumo perguntar aos meus alunos: qual das cores é menos escura, o azul-marinho ou o azul-celeste? O azul-celeste, eles respondem. Então, eu pergunto: qual dos dois é mais azul? E aí você não diz qual é mais azul, porque na verdade ambos são”.

              Tags: 20 de novembroAfro-brasileiros e suas lutasConsciência Negra
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              • #Repost @amnboficial • • • • • • Março chegou! E com ele, o nosso Março de Lutas! O Março de Lutas é uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências e viabilizar denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo, ao patriarcado, sexismo e LBTfobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres. #MarçodeLutas é a forma de celebrar o legado dos homens e mulheres negras que morreram lutando pela humanidade, cidadania e direitos reconhecidos e assegurados para a população negra. É uma ação que vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política política intensificadas pelo contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil. Acesse o nosso site: amnb.org.br/marcodelutas
              • A coluna Um Certo Alguém, do site do Itaú Cultural (@itaucultural) , abre o mês de março com uma série de cinco edições que tem como convidadas artistas que narram textos da dramaturga Maria Shu na Ocupação Chiquinha Gonzaga, em cartaz na organização. No dia 4, quinta-feira, a estreia acontece com a participação de Beth Belisário, presidente do Bloco Afro Ilú Obá de Min, sediado na capital paulista, fundado por ela e a também percussionista Adriana Aragão.
              • #Repost @midianinja • • • • • @portalgeledes e @midianinja divulgam Retratos da Pandemia Série traz histórias de como os moradores das periferias estão enfrentando a batalha contra a covid-19. São relatos que capturam a humanização do cuidado, a solidariedade e a organização nas comunidades em prol dos mais afetados pela doença infecciosa. Video: @mariasylvia.oliveira #retratosdapandemia
              • Para abrir o mês de março, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Ivangilda Bispo dos Santos, que nos convida a pensar sobre as resistências de intelectuais negros à colonização portuguesa em Moçambique. Confira um trecho do artigo do artigo"Reações ao mito da democracia racial no contexto moçambicano (Sec.XX)"."Entre os combatentes ao mito da democracia racial, podemos mencionar, além de Eduardo Mondlane, o gôes Aquino de Bragança e os angolanos Mário Pinto de Andrade e Agostinho Neto. Interessante notar que todas as pessoas africanas mencionadas acima eram consideradas pelo governo colonial “assimiladas” à cultura portuguesa. No entanto, tal enquadramento não lhes garantia a igualdade de oportunidades e de tratamento, fator poderoso para a contestação da situação colonial e da discriminação racial vigente". Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Moçambique #ResistênciaIntelectualNegra #ColonizaçãoPortuguesaEmÁfrica #Antirracismo #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
              • Ela começa mais um dia pensando o que fazer para dar certo na sua independência financeira. Mulher, descendente de índio (avó paterna era índia, Matilde Ana do Espírito Santo – sobrenome católico, como de costume ao catequizá-los) e Assistente Social, formada há 2 anos e meio mas sem oportunidade de exercer a profissão. Tentando entender como funciona a máquina giratória da vida de uma mulher de meio século… É, isso não se aprende na escola…Isso não se aprende com ninguém…A mulher vai vivendo e aprendendo… Leia o Guest Post de Silene Vasconcelos de Farias em wwww.geledes.org.br
              • Hoje às 17h, as Promotoras Legais Populares- PLPs, realizam uma live para falar sobre ações e desafios durante a pandemia, no canal do YouTube de Geledés Instituto da Mulher Negra.
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              GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

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