O triplista Nelson Prudêncio morre aos 68 anos após coma em SP

Nelson Prudêncio, duas vezes medalhista olímpico no salto triplo, morreu na madrugada desta sexta-feira aos 68 anos, após dias de internação na Casa de Saúde de São Carlos (SP). A causa da morte, entretanto, ainda não foi oficialmente divulgada.

O ex-triplista tinha câncer no pulmão, sentiu-se mal no início do mês de novembro e estava hospitalizado desde a manhã de terça-feira, entrando em estado de coma irreversível. Segundo o último boletim médico divulgado nesta quinta-feira, Prudêncio estava “em estado gravíssimo, com instabilidade hemodinâmica em uso de ventilação mecânica”.

Natural da cidade de Lins (SP), Prudêncio conquistou a medalha de prata no salto triplo na Olimpíada de 1968, na Cidade do México. Quatro anos depois, o atleta voltou ao pódio da modalidade em Munique, mas agora com o bronze. Ex-professor de educação física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Prudêncio era também vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Protagonista sem ouro e testemunha da história

Natural de Lins, no interior de São Paulo, Prudêncio poderia ter sido jogador de futebol – chegou a ser convidado a treinar no São Paulo – ou torneiro mecânico, função que cumpria no dia-a-dia, dividindo os treinos de atletismo em apenas duas sessões por semana. Ainda assim, conseguiu se destacar a ponto de, em pouco tempo, se firmar como o primeiro sucessor de Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico do salto triplo.

Faltou para Nelson Prudêncio uma medalha de ouro. Foi prata nos Pan-Americanos de Winnipeg 1967 e Cali 1971, e repetiu o resultado nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968. Este resultado, no entanto, foi marcante. O atleta chegou para a final esperando quebrar o recorde brasileiro de 16,56 m, ainda pertencente a Adhemar; com o vento a favor, conseguiu 17,27 m, quebrando o recorde mundial.

Nelson Prudencio 03Acabou com a prata após disputa emocionante com o italiano Giuseppe Gentile, bronze, e o soviético Viktor Saneyev, ouro. Em quatro horas, o recorde mundial foi quebrado nove vezes. Viktor venceu com marca de 17,49 m. “Foi a competição mais aguerrida que houve. Toda vez que eu olhava para o placar, alguém tinha batido o recorde mundial. O que mostra o nível de excelência que tinham os atletas”, relembrou, em entrevista ao Terra em março.

Prudêncio tinha 24 anos quando alcançou o auge da carreira. Quatro anos depois, voltou ao pódio olímpico, em Munique 1972, com o bronze. Os louros da carreira esportiva se encerraram para o atleta nesta edição de Olimpíada. No Pan de 1975, na Cidade do México, passou a ser testemunha da história: competiu e viu João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo”, bater o recorde mundial com salto de 17,89 m. “Eu estava a 900 km por hora, e o João Carlos na velocidade da luz”, disse, sobre o histórico resultado.

32 anos mais tarde, já como dirigente, testemunhou quando Jadel Gregório conseguiu superar a marca de João do Pulo. Jadel saltou 17,90 m, no Estádio Olímpico do Pará, em Belém. “É gratificante. Lembro que quando o Jadel começou a correr no Estádio Olímpico de Belém, eu falei: ‘ele encaixou a corrida’. Na análise mecânica do salto estava tudo correto. Durante a corrida eu percebi a execução do salto do Jadel”, rememorou.

Vice-presidente da CBAt, Nelson Prudêncio vivia em São Carlos, cidade no interior de São Paulo, onde lecionava “Teorias do Treinamento Esportivo” aos alunos do sexto período e “Fundamentos das Atividades Atléticas” aos alunos do primeiro período do curso de Educação Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Fez mestrado e se sagrou doutor em atletismo pela Unicamp.

Fonte: Terra

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