Obama lamenta morte de dissidente e pede fim da repressão em Cuba

O presidente americano, Barack Obama, pediu que o governo de Cuba “respeite os direitos” de sua população e lamentou a morte do dissidente político Orlando Zapata em uma greve de fome, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira. O líder dos EUA também exigiu a libertação de todos os presos políticos e o fim da repressão aos direitos humanos no país.

 

No comunicado, Obama qualificou os últimos acontecimentos em Cuba de “profundamente preocupantes”, e disse que, em vez de entrar em uma nova era, as autoridades cubanas continuam a responder às aspirações de seu povo com a “mão dura” do regime comunista.

 

“Uno a minha voz à dos bravos indivíduos em Cuba e ao crescente coro ao redor do mundo no apelo pelo fim da repressão, pela libertação imediata e incondicional de todos os prisioneiros políticos e pelo respeito aos direitos básicos do povo cubano”, diz o texto.

 

Obama lembrou ainda que, ao longo do ano passado, seu governo deu passos para inaugurar uma nova era nas relações com o governo de Havana.

 

“Continuo comprometido a apoiar o simples desejo do povo cubano de determinar livremente seu futuro e disfrutar dos direitos e das liberdades que definem o continente americano, e que deveriam ser garantidas para todos os seres humanos”, disse Obama no comunicado.

 

O governo dos EUA diz que busca se aproximar de Cuba “com cautela”, porque não quer uma mudança brusca nas relações neste momento.

Washington e Havana não mantêm relações diplomáticas desde 1962, quando a Casa Branca decretou embargo total contra a ilha governada pelo regime comunista.

 

Repressão

Na semana passada, as “Damas de Branco” –um grupo formado por esposas, mães e parentes de presos políticos cubanos– foram detidas pela polícia durante uma passeata, em Havana, tendo sido obrigadas a subir, à força, em dois ônibus, segundo jornalistas da AFP.

 

Em torno de 30 mulheres realizavam uma passeata no bairro de Párraga, no sudoeste de Havana, quando foram confrontadas por, ao menos, 300 partidários do regime cubano e obrigadas pela polícia feminina a subir nos ônibus.

 

À frente do grupo estava Reyna Luisa Tamayo, mãe de Orlando Zapata, o preso político que morreu em 23 de fevereiro depois de dois meses e meio de greve de fome, para exigir melhores condições na prisão.

 

Os partidários do regime cubano repudiaram as mulheres, que iniciaram sua jornada de preces em um templo católico da região e, ao que parece, tentavam visitar o dissidente Orlando Fundora, um dos 75 presos de 2003, libertado por motivos de saúde.

 

O governo cubano acusou as “Damas de Branco” de serem “ponta de lança” da “política subversiva” dos Estados Unidos contra a ilha e de serem financiadas por Washington.

 

Em 21 de abril de 2008, a polícia aplicou medida semelhante para dissolver uma manifestação que as “Damas de Branco” realizavam na Praça da Revolução.

 

 

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

+ sobre o tema

Google concorda em pagar US$ 28 milhões em processo por preconceito racial

O Google concordou em pagar US$ 28 milhões (cerca de R$...

Renda de pessoas negras equivale a 58% da de brancas, mostra estudo

A renda do trabalho principal de pessoas negras correspondia,...

Geledés – Instituto da Mulher Negra se solidariza à Ministra Marina Silva

Geledés – Instituto da Mulher Negra, organização fundada e...

STF forma maioria para validar lei que expulsa empresa por escravidão em SP

O plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta...

para lembrar

Direitos Humanos para quem?

Na última sexta-feira, 26 de fevereiro, foi inaugurada, no...

É novela, quer o quê? Pára de chiar e muda de canal! – Cidinha da Silva

Escrever textos opinativos sobre novelas ou aspectos delas, é...

Vox/Band/iG: Dilma cai de 56% para 54%

Candidata petista varia para baixo pela primeira vez dentro...

Juliana Alves compra apartamento com cachê da Playboy

Fonte R7- Ela quer casa na Barra da Tijuca...

Alcântara é Quilombola! Em sentença histórica, Corte Interamericana condena Brasil por violar direitos quilombolas e determina titulação do território

Na última quinta-feira (13), a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) declarou que o Estado brasileiro é responsável por violar os direitos das...

União Africana classifica escravidão e regime colonial de genocídio

Líderes de países africanos deram um novo passo na crescente reivindicação por reparações históricas ao classificar a "escravidão, deportação e colonização de crimes contra a humanidade e genocídio contra os...

Quilombolas pedem maior participação em debates sobre a COP30

As comunidades afrodescendentes e quilombolas pedem mais espaço nos encontros sobre mudança do clima que antecedem a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as...
-+=