Pela primeira vez em vários anos, maioria acredita que pais está na direção certa; 64% apoiam presidente
Pete Souza – 13.abr.09/France Presse
Fonte: Folha Online
“Sob todos os aspectos, é preciso ir até Franklin Delano Roosevelt para comparar os primeiros cem dias de Barack Obama em termos de ações tomadas”, disse Allan Lichtman, especialista em Presidência da American University, de Washington, referindo-se ao democrata que tirou o país da Grande Depressão (leia entrevista na página ao lado).
Foi FDR (1933-1945) quem começou a usar a data como parâmetro da avaliação inicial da Presidência norte-americana.
Fez isso baseado nos Cem Dias de Napoleão Bonaparte, como é chamado o lapso que vai da volta do corso a Paris depois do exílio na ilha de Elba, em 20 de março de 1815, até a segunda restauração de Luís 18, em 8 de julho daquele ano -período que inclui a Batalha de Waterloo e na verdade tem 111 dias.
Oficialmente, a Casa Branca tenta diminuir a importância da efeméride.
Em entrevista na quinta, o porta-voz, Robert Gibbs, disse que era uma “data arbitrária”. “Eu acho que o presidente, a Casa Branca e a imensa maioria da população americana acredita que o 100º dia não é diferente do 99º, do 101º ou do 123º”, afirmou.
Bastidores
Nos bastidores, no entanto, a preocupação com a marca estava presente desde antes da posse, quando, a pedido do então presidente eleito, o coordenador da transição obamista, John Podesta, delineou os objetivos a serem atingidos até a quarta-feira, dia 29.
Não é por acaso que o democrata marcou sua terceira entrevista coletiva em rede nacional para as 20h locais (21h de Brasília) desse dia. Nela, deve falar de suas iniciativas para dizer como o país mudou, avaliação compartilhada pela população, segundo pesquisas de opinião recentes. Mas deve falar também de economia, assunto que dominou seus pronunciamentos públicos até hoje, com 51% das menções.
“Como professor universitário, estou acostumado a dar notas”, escreveu Robert Reich, ex-secretário do Trabalho de Bill Clinton (1993-2001), da Universidade da Califórnia. “Para Obama, dou um A, um B e um F”, continua -no sistema de avaliação das escolas dos EUA, a primeira letra do alfabeto é a nota mais alta.
Segundo Reich, o Orçamento merece A, por sua “extraordinária visão do que o país pode e deve se tornar”; o pacote de estímulo, um B, “porque é bom, mas não grande o suficiente”; já as operações de resgate dos bancos levam F, “porque não estão dando certo, e os bancos estão emprestando menos do que cinco meses atrás”.
A média, conclui, é um C. (SD)