Oficiais angolanos vítimas de ataques racistas na Rússia

Dois tenentes angolanos foram espancados, alegadamente por motivos racistas na cidade de Volsk, no sul da Rússia, no sábado passado, informou à Lusa um oficial angolano que pediu para manter o anonimato.

«Dois tenentes angolanos, que estudam no Instituto de Logística Militar do ministério da Defesa da Rússia, em Volsk, foram atacados por um grupo de seis arménios num dos restaurantes da cidade», afirmou o oficial angolano.

«Eles tinham almoçado no restaurante e estavam no pátio quando foram abordados por um russo. Este elogiou o bom comportamento dos oficiais e a conversa era absolutamente cordial. Mas apareceu um arménio que começou a insultar e deu um soco num dos oficiais», precisou o oficial.

De acordo com o mesmo «vieram mais cinco arménios e começaram a agredir. Um dos arménios desferiu um forte golpe com uma garrafa na cabeça de um dos nossos oficiais, que começou a sangrar intensamente».

Salienta ainda que o russo que assistiu às agressões fez tudo para proteger os angolanos dos ataques racistas.

A ameaça da proprietária do restaurante de que chamaria a polícia levou os agressores a fugirem. O tenente ferido foi de imediato levado para um hospital da cidade de Volsk.

A fonte refere que o colega «está um pouco fraco, mas encontra-se bem». A polícia recusa-se a fazer qualquer comentário, mas os angolanos acreditam que se tratou de um ataque racista.

«Claro que se trata de um acto racista. Eles gritavam: não gostamos de vocês, saiam da nossa cidade, vão-se embora daqui», conta um dos oficiais angolanos.

Refere, por fim, que se «trata de um grupo de bandidos bem conhecidos aqui», sublinhando que não é a primeira vez que os alunos africanos são alvos de ataques racistas: «Já aconteceu várias vezes, mas conseguimos evitar confusões. Desta vez não conseguimos evitar o incidente».

Fonte: Sol

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