Onde Você Guarda O Seu Racismo – Mauricio Santoro

“Uma campanha contra o racismo? Mas você acha que esse é um problema sério no Brasil? A questão é desigualdade econômica, não a cor da pele” . Ouvi muitas afirmações como essa ao longo dos últimos meses, sempre que comentava com amigos e amigas que estava trabalhando
com o tema da discriminação racial. A maior parte das pessoas que me diziam isso eram cientistas sociais, jornalistas e economistas com preocupações com relação à sociedade brasileira e impecáveis credenciais progressistas. Por que a dificuldade em encarar o racismo?

O movimento negro faz duras – e merecidas – críticas à elite política do Brasil pela recusa em encarar o racismo como um dos principais problemas nacionais. Durante muito tempo, essa questão foi encoberta pelo mito da democracia racial e pela crença de que o desenvolvimento econômico geraria emprego e oportunidades para todas as pessoas, independente da cor da pele.

Felizmente, esse quadro de auto-ilusão já começou a mudar. O governo Lula inovou ao criar uma secretaria para a promoção da igualdade racial, e a discussão sobre cotas e ação afirmativa está no centro do debate público. O Ibase se junta a esse movimento participando do grupo Diálogos contra o Racismo, e preparando uma campanha contra o racismo.

É uma história que remonta a 2001. Durante os debates que antecederam a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, formou-se no Brasil uma rede de organizações da cidadania ativa que pretendia discutir esses temas. O grupo foi batizado como “Diálogos contra o Racismo” e realizou quatro encontros desde então.

 

Uma das principais preocupações dos Diálogos é destacar que o combate ao racismo é importante para a população branca e não pode ficar  restrito ao movimento negro. Dessa perspectiva é que surgiu a idéia de criar uma campanha contra a discriminação racial que tivesse como público-alvo a população não-negra do Brasil.

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