A organização Human Rights Watch instou, esta terça-feira, os governos para acabarem imediatamente com os “testes de virgindade”, como recomendou no mês passado a Organização Mundial de Saúde.
“As autoridades de saúde em todo o mundo devem pôr fim à prática dos ‘testes de virgindade’ em todas as ocasiões, além de proibir que profissionais de saúde perpetuem esta prática discriminatória e degradante”, declarou Liesl Gerntholtz, diretora para os direitos das mulheres na Human Rights Watch (HRW), citada num comunicado da organização de defesa dos direitos humanos.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) está incluída num manual intitulado “Cuidados com a saúde de mulheres submetidas à violência pelo parceiro íntimo ou violência sexual”, que sublinha que “qualquer exame físico só deve ser conduzido com o consentimento esclarecido da paciente e deve ser focado em determinar a natureza dos cuidados médicos necessários” e conclui que os “testes de virgindade” não possuem qualquer validade científica, adianta o comunicado.
Segundo a HRW, o uso dos “testes de virgindade” tem sido documentado em vários países, por exemplo no Afeganistão, onde as autoridades submetem regularmente ao teste mulheres e raparigas acusadas de “crimes morais” (fugir de casa, adultério).
“No Médio Oriente e no norte de África, as mulheres podem ser submetidas aos ‘testes de virgindade’ em várias circunstâncias, incluindo a pedido das suas famílias”, assinala a organização com sede em Nova Iorque.
Os testes foram usados no Egito em manifestantes detidas durante a revolta de 2011 e continuam a ser usados pelas forças de segurança apesar de um tribunal já os ter declarado ilegais, são utilizados na Líbia e na Jordânia, enquanto na Indonésia fazem parte dos procedimentos de recrutamento de candidatas à polícia.
A HRW recorda que aqueles testes são “internacionalmente reconhecidos como uma violação dos direitos humanos”.