Pai para que serve?

Pai é o que cria!!! Essa é uma frase que eu escutei e não soube questionar pela maior parte da minha vida. Essa afirmação pode ser valida em muitos aspectos operacionais em educar, custear e cuidar de um ser humano. Excetuando as condições de comparar o acompanhamento de uma criança com a criação de um animal. O progenitor ou pai é um ser humano não necessariamente integrante de um núcleo familiar (casa) – porem continua tendo a sua importância. 

O pai faz parte da magica ou a graça que imita o Deus criador. Sem ele, mesmo em condições complementares não é possível a conclusão de uma vida biológica. A parceria genética entre um casal é um livro de combinação de genomas, ao qual forma uma pré história – filogenética. Um pai é digno de ser amado e valorizado. Pois a partir da combinação genética e de desenvolvimento de convívio encontra se que nele e em você há uma força psíquica, uma sinergia simbiótica que faz o sujeito estar aterrado e preparado para percorrer outras relações. O pai é o símbolo da movimentação do mundo externo do trabalho, na constelação familiar. É a força yang (masculino, princípio ativo) na cultura chinesa complementada pelo Yin (feminino, passivo).

 Entre os usuários da assistência social é comum filhos adotivos retornarem para os pais biológicos. Sua mãe pode ser quase sempre o vínculo mais importante. Mas o pai é uma peça de suma importância também, do pertencimento e da racionalidade onde parece que não existe, uma lógica do motivo do abandono: onde houve uma escala histórica e parental de gerações rejeitadas e isentas de apoio afetivo. Descrevo que um pai ou uma mãe que exerce a figura paterna, destina ao filho um símbolo figurado. Esse símbolo figurado é que o filho, é um presente de deus a ser consagrado, é o pressagio da prosperidade e merece todo um legado de autoconhecimento, auto cuidado e evolução. No sentido de avanço e progresso na sua arvore genealógica. 

Entre começos e recomeços temos e continuamos a ter pais – paz na existência. Os pais rimam com oportunidades. E as oportunidades prosseguem mais facilmente com quem é bem resolvido (encontrado, aceito e amado, em sua criança interior pelos pais). 

Aos ditames patriarcais, as relações toxicas, as vezes é necessário haver pausas em questionamentos. Para relevarmos o que fizeram e nos deram de bom, para assimilarmos a nossa herança. Com a maturidade podemos avaliar que nem tudo é uma guerra pessoal, e as pessoas são movidas por um piloto automático. O amor e a alta vibração na concentração de assuntos positivos em relações aos nossos pais se faz relevante, necessário à nossa própria saúde emocional e mental.

Celebremos eles para nos celebrar como, nós mesmas. Pois somos a continuidade de uma substancia paterna que holisticamente nos nomeamos como espécie humana. E que nossa existência seja blindada com saúde emocional e mental. Desejo que a raiva e as magoas de erros de terceiros e familiares não tomem tanto o nosso precioso tempo na jornada da vida no planeta terra. 

Carlito Aristeu – pai da autora Francielle Costacurta que o reconheceu depois de adulta (Foto: Francielle Costacurta)

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