Países africanos devem preparar-se para o impacto da Gripe A H1N1

Fonte: Agola Press –

Luanda – O director regional da OMS para África, Luís Gomes Sambo, convidou terça-feira os países africanos a aceleraram os esforços para uma resposta apropriada à pandemia de gripe A (H1N1) que até a data infectou mil 411 pessoas com dois óbitos confirmados, em 16 dos 46 países da região.

Luís Gomes Sambo lançou este apelo na sessão de abertura da Conferência Africana sobre a Pandemia de Gripe A H1N1 2009 que decorre em Joanesburgo, de 11 a 13 de Agosto, com mais de 230 delegados de países africanos e de outras partes do mundo.

Entre os participantes encontram-se peritos de saúde pública, médicos, farmacêuticos, especialistas de laboratórios, membros da protecção civil, especialistas de comunicação e de mobilização social e parceiros internacionais. Angola está representada pelo vice-ministro da Saúde, Carlos Masseca.

“Os esforços actuais com o envolvimento da OMS – adiantou Luís Gomes Sambo – estão principalmente a ser orientados para minimizar os efeitos da pandemia; reforçar a vigilância das doenças e a implementação do Regulamento Sanitário Internacional; garantir a disponibilidade e o acesso a medicamentos e equipamentos de protecção e apoiar a investigação para o desenvolvimento e
produção de uma vacina”.

O director regional da OMS explicou que estes quatro eixos incluem campanhas de sensibilização das comunidades, para a adopção de medidas de protecção individual, a gestão de casos e preparação de uma resposta multisectorial contra esta pandemia e a solidariedade mundial. “Nenhum país poderá lutar sozinho e a melhor solução é estarmos preparados e capacitados para fazer face a esta pandemia”, disse Sambo.

“A ameaça da gripe A (H1N1) 2009 veio colocar uma pressão adicional aos Sistemas de Saúde em África, bastante sobrecarregados com o peso de doenças e outras prioridades de saúde pública, como o VIH/SIDA, a malária, a TB, as febres hemorrágicas, a cólera e a mortalidade materno-infantil”, frisou.

Durante três dias, a conferência de Joanesburgo vai actualizar os delegados sobre a epidemiologia da actual pandemia, o processo de preparação de planos nacionais de resposta pelos países membros, o desenvolvimento de estratégias para a mobilização de recursos e a partilha de experiências entre os países.

Segundo o director regional da OMS, a região africana necessita de aproximadamente 31 milhões de dólares para implementar planos de preparação e resposta a esta pandemia cujo impacto e gravidade ainda não foi suficientemente avaliado, por causa da mutação do próprio vírus. “A pandemia de gripe A (H1N1) 2009 constitui uma preocupação mundial e contamos com a parceria e a solidariedade internacional para superar este desafio”, acrescentou.

“No nosso ponto de vista, estes princípios devem ser materializados com acções concretas, tais como a partilha de informações sobre os diferentes tipos de vírus, o acesso a novas tecnologias, vacinas e outros benefícios. A solidariedade deve criar igualmente uma ponte sobre a escassez de recursos na agenda nacional e internacional para o desenvolvimento do sector da saúde”.

A importância da mobilização social e da comunicação para uma melhor saúde foi igualmente enfatizada pelo Luís Gomes Sambo. Ele louvou os países que adoptam estratégias com o envolvimento de líderes comunitários, igrejas, meios de comunicação social, decisores políticos e líderes de opinião, destacando que “devemos usar todos os recursos disponíveis, realçando o que conhecemos e o que ignoramos sobre esta pandemia e aconselhar as pessoas a procurarem por cuidados médicos para reduzir o risco de infecção”.

“Agindo assim estaremos a dar uma oportunidade às pessoas e às comunidades para que desempenhem um importante papel no controlo desta pandemia travando inclusive a circulação do vírus a nível comunitário”, realçou o director regional da OMS.

Por seu turno, o novo ministro sul-africano da Saúde, Aaron Motsoaledi, destacou que esta conferência vai permitir uma maior consciência e uma maior organização da resposta contra a Gripe A H1N1 em África. “Todos os países devem estar prontos para fazer face a este desafio e aprender com a experiência dos outros”, disse o ministro sul-africano antes de concluir que deve-se agir com
transparência e evitar o pânico.

A agenda de trabalhos da conferência inclui questões como a epidemiologia da Gripe A H1N1 a nível mundial; o impacto potencial em África; A vigilância e monitorização de casos; A confirmação laboratorial antes e durante a pandemia; A prevenção e o controlo da infecção; o tratamento dos pacientes e o controlo da infecção; estratégias de comunicação; serviços de rotina durante a pandemia e a
mobilização de recursos face à escassez de fundos.

Dados mais recentes revelados terça-feira em Joanesburgo dizem que mais de 166 países no mundo estão afectados pela Gripe A, com um balanço total de 174 mil 913 e mil 411 óbitos.
Matéria original: Países africanos devem preparar-se para o impacto da gripe A H1N1

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