A trajetória de Glória Maria, ícone da TV brasileira que morreu no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (2), foi marcada pelo pioneirismo. Enquanto mulher negra, falava da importância de seu pioneirismo no jornalismo.
Glória foi a primeira mulher a entrar ao vivo na TV em cores pelo Jornal Nacional, em 1977. Antes disso, já havia sido a primeira repórter a aparecer na TV — antes, os repórteres não apareciam. Em 2007, a jornalista realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira.
Seu pioneirismo é reconhecido como inspiração para uma geração de mulheres negras. Com a notícia da morte, jornalistas e mulheres negras lembrar a importância de seu legado. Veja repercussão:



Simplesmente devastada com a morte de Glória Maria. Tive o privilégio de conhecê-la em 2019, no lançamento da coleção de Paula Raia.
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) February 2, 2023
Uma precursora, que abriu caminhos para gerações de mulheres negras, não só no jornalismo, mas em diversas áreas.
Descanse em paz Glória! pic.twitter.com/lXUkV1EJAn

Acabamos de receber a notícia de que Glória Maria faleceu. Meus sentimentos à família. Quem é mulher negra sabe da importância de tê-la visto na televisão. Glória é considerada a primeira repórter negra da televisão e sempre será lembrada como sinônimo de competência. pic.twitter.com/8X4lOXsCb2
— Anielle Franco (@aniellefranco) February 2, 2023


Hoje o Brasil perdeu um ícone. Glória Maria fez história, abriu passagem para as mulheres negras na televisão. Sua competência, dedicação e principalmente seu carisma sem igual, será eternamente lembrado. 🖤 pic.twitter.com/HdGhgZfYE9
— Lumena (@LumenaAleluia) February 2, 2023
Luta contra o racismo
Em entrevista, Glória falava sobre a importância do seu pioneirismo na luta contra o racismo. “Racismo é algo que vivi desde sempre e a gente vai aprendendo a se defender”, disse em entrevista ao Globo Repórter em junho de 2020.
No Globo Repórter, já em tratamento contra o câncer, falou sobre a o racismo lembrando também seu pioneirismo na luta.
Glória Maria foi a primeira pessoa a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção.
“Eu fui barrada em um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar, chamei a polícia, e levei esse gerente do hotel aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”, contou.