Policial acusado de racismo por atriz de ‘Django livre’ é multado por vazar áudio

Em 2014, Danièle Watts foi detida por supostamente fazer sexo no carro. Ela disse que foi confundida com prostituta; oficial que divulgou gravação da abordagem terá de pagar US$ 500.

Do G1 

O Policial de Los Angeles que em 2014 foi acusado de racismo contra a atriz Danièle Watts, do filme “Django livre”, recebeu nesta terça-feira (6) uma multa de US$ 500 (cerca de R$ 1,7 mil) por vazar o áudio do incidente e por abuso de autoridade.

O sargento da reserva James Parker poderia ser condenado a pagar até US$ 10 mil (cerca de R$ 33,9 mil) , mas a Comissão de Ética de Los Angeles considerou apropriado impor a ele uma sanção menor.”Covardes”, criticou a advogada do policial Lawrence Hanna, indignada com a decisão.”É a primeira vez que fazem isto contra um policial e estão tentando usá-lo como exemplo” para que não se repita, disse à AFP Hanna, antecipando que apelará da decisão.”Tinham de mostrar que eram durões ao invés de apoiar um oficial da polícia e fazer o certo”, acrescentou.

Parker foi acusado de violar as regras éticas da cidade depois de vazar o áudio do incidente vivido com a atriz em setembro de 2014.

daniele-watts-detida
Danièle Watts ao ser detida em 2014 (Foto: Reprodução/Facebook/ Danièle Watts)

Na ocasião, Watts foi algemada brevemente e detida pela polícia, que respondeu a uma denúncia de um casal que supostamente estaria fazendo sexo em um carro estacionado em um bairro sofisticado da cidade.A atriz, intérprete da personagem Coco no filme de Quentin Tarantino, ganhador de dois Oscar em 2013, negou-se a mostrar sua identidade aos policiais, que a detiveram até que o namorado dela, Brian James Lucas, a entregasse.Lucas escreveu na ocasião no Facebook que os policiais agiram como se fosse um caso de prostituição, porque ele é branco e ela, negra.Parker defendeu-se divulgando o áudio do incidente no site especializado em celebridades TMZ, desatando uma reação em cadeia contra o casal, que não contestou a queixa de perturbação da ordem.Ordenou-se que ambos se desculpassem com o policial.Parker foi multado em US$ 250 (cerca de R$ 847) por cada uma das duas acusações que respondia: revelar informação confidencial sem autorização e abuso de autoridade.

Dois policiais testemunharam a favor de Parker na audiência, destacando que as acusações contra ele não tinham precedentes e que ambos divulgaram áudios de incidentes no passado sem maiores consequências.

+ sobre o tema

Geledés participa de evento paralelo em fórum da Unesco

Geledés - Instituto da Mulher Negra participou de evento paralelo do...

Burnout, abuso de drogas e tentativa de suicídio entram em lista de doenças relacionadas ao trabalho

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (29) uma atualização da...

Do Início ao Reconhecimento: A trajetória do Portal Geledés

Em 1988, tomei conhecimento do Geledés no Tribunal Winnie...

Fuvest 2024: confira as notas de corte da 1ª fase do vestibular

As notas de corte da 1ª fase do Vestibular 2024 da Fuvest foram...

para lembrar

Nas ondas do rádio: o racismo dissimulado da elite do rádio gaúcho

Fonte: Discriminação Racial Impressionante: enquanto a FIFA e a UEFA...

Rafaella Leonarda tem apenas cinco anos de idade, já o racismo…

foto reprodução do Facebook Rafaella Leonarda tem apenas cinco anos...

Comunicado Original de Federación Panafricanista

Fonte: Panafricanos.com   OTRO atentado racista contra un joven negro en...

Miss Brasil Raissa Santana é alvo de preconceito racial nas redes sociais

A umuaramense Raissa Santana, de 21 anos, eleita Miss...
spot_imgspot_img

Unicamp abre grupo de trabalho para criar serviço de acolher e tratar sobre denúncias de racismo

A Unicamp abriu um grupo de trabalho que será responsável por criar um serviço para acolher e fazer tratativas institucionais sobre denúncias de racismo. A equipe...

Peraí, meu rei! Antirracismo também tem limite.

Vídeos de um comediante branco que fortalecem o desvalor humano e o achincalhamento da dignidade de pessoas historicamente discriminadas, violentadas e mortas, foram suspensos...

‘Moro num país racista’, diz empresário que encerrou contrato de R$ 1 mi por ser chamado de ‘negão’

Nem o ambiente formal de uma reunião de negócios foi capaz de inibir uma fala ofensiva, de acordo com Juliano Pereira dos Santos, diretor...
-+=