Por que precisamos de reitoras negras?

  E viva Billie Holiday!

Enviado por Cidinha da Silva  via Guest Post para o Portal Geledés

Porque as mulheres negras que hoje se candidatam ás reitorias atuaram na criação e efetivação dos programas de ação afirmativa nas universidades públicas federais e estaduais do Brasil, no início da década de 2000.

Porque elas fizeram parte de um processo coletivo de ampliação do acesso de pessoas negras a essas universidades.

Porque elas, expressando o discernimento comum à boa parte das mulheres na política, reconhecem-se como partícipes dos processos e não reivindicam a si mesmas como heroínas isoladas e solitárias, parideiras disso ou por daquilo.

Porque temos nos mostrado ótimas como vice-reitoras, pró-reitoras, diretoras de unidades e centros, chefes de departamentos, mas é passada a hora de nos mostrarmos excelentes como cabeças de chapa, como aquelas preparadas para ocupar posições de responsabilidade maior.

Porque nossa voz precisa ser emitida em todos os lugares, especialmente aqueles de poder e transformação, para que reverbere e chegue a todos os cantos.

Porque, ao longo da história brasileira, as mulheres negras têm demonstrado que quando exercem os poderes instituídos, o fazem em nome da coletividade.

Porque além de referências bibliográficas, nos cabe ocupar os lugares de referência no exercício do poder.

Porque Ana Rita Santiago, candidata à reitoria da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, materializa essa história e esses compromissos. Por isso meu voto é dela, mesmo não tendo qualquer vinculação institucional com a UFRB. Porque advogo pelo Brasil grande que a abordagem multirreferencial (olhar plural sobre objetos e fenômenos de variados significados e sentidos, e uso de múltiplas linguagens para apreendê-los em sua pluralidade constitutiva) das mulheres negras pode construir no microcosmo da universidade.

 

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