Porteiro que denunciou morador de Copacabana por racismo pede licença do trabalho por falta de condições emocionais

Reginaldo Silva de Lima pediu licença por três dias, porque não está em condições de exercer as atividades na portaria. Ele afirma que não consegue dormir nem comer.

O porteiro que denunciou um médico por racismo em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, pediu afastamento do trabalho nesta quarta-feira (6) por falta de condições emocionais. Ele afirma que não consegue dormir nem comer.

Reginaldo Silva de Lima pediu licença por três dias, porque não está em condições de exercer as atividades na portaria.

O porteiro chamou a polícia após ser ameaçado pelo morador Gilles David Teboul. Ele conta que estava atendendo um hóspede quando Gilles, que é francês, passou e chamou a sua atenção porque a porta do elevador de serviço estava aberta.

“Ele voltou e falou: ‘Seu incompetente. Você não está vendo que a porta do elevador está aberta? Você não tem capacidade para fazer essa função. Seu negro!'”, contou Reginaldo.

O porteiro disse ainda que foi agredido e ameaçado de morte pelo morador.

As câmeras do circuito interno de segurança registraram o momento em que Gilles empurra o pescoço de Reginaldo com as duas mãos. Essa não teria sido a única agressão física.

“Ele me chamou de negro, macaco, vagabundo. Falou que pela minha cor eu não tinha capacidade de exercer a função de porteiro”, disse Reginaldo.

O porteiro afirmou que as ofensas continuaram na frente dos policiais.

O caso foi encaminhado para a 12 DP (Copacabana).

Reginaldo afirma que sempre que lembra o que aconteceu se sente mal e tem uma tristeza profunda. Ele afirmou que o sindicato que representa a categoria está ajudando-o com assessoria jurídica e atendimento médico.

O depoimento do francês Gilles David Teboul era esperado para a terça, mas ele não compareceu. O advogado do médico foi à delegacia e pediu que ele seja ouvido na próxima semana.

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