Portela fecha a noite no Desfile das Campeãs, na Sapucaí

Enviado por / FonteDo O Globo

A Portela, grande vencedor do carnaval, fechou o desfile das Campeãs, já na manhã deste domingo. O desfile, no entanto, terminou com tumulto, depois que um homem foi baleado em frente ao setor 11, antes da dispersão. Apesar do problema, no entanto, a escola foi aclamada pelo público e fechou a noite sob os gritos de ‘A campeã voltou’.

O ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, veio de Nova York especialmente para o desfile. E para representar Madureira na Avenida, a Portela convidou cinco representantes do Império Serrano — que venceu a série A — para participar do desfile. Entre os convidados está a rainha de bateria da agremiação, Milena Nogueira.

Mais cedo, o clima das “mil e uma noites” agitou o Sambódromo durante o desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, vice-campeã do carnaval. Com enredo que homenageia o Marrocos, a verde e branco da Zona Oeste voltou a arrancar aplausos do públicos com o voo do Aladim, que integra a comissão de frente, um dos pontos altos da passagem da agremiação pela Marquês de Sapucaí.

Outro ponto de destaque da passagem pela escola foi a passagem da porta-bandeira Jéssica Ferreira, da Unidos de Padre Miguel, que desfilou pela série A do carnaval. Ela, que, naquela ocasião, torceu o joelho durante a apresentação, passou pela passarela do samba em uma cadeira de rodas.

Quarta a escola a entrar na passarela do sampa nesta noite de desfile das campeãs. O Salgueiro voltou a empolgar a Sapucaí com seu enredo sobre a Divina comédia. Fazendo mistério sobre a equipe de carnaval de 2018, a presidente da agremiação, Regina Celi, se mostrou satisfeita com a terceira colocação obtida pela escola. Carismática, a rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo, também levantou a Avenida.

Mais cedo, a Mangueira, que fala de crenças populares, não entrou na avenida com o tripé “Santo e Orixá “, que mostrava a imagem de Jesus Cristo na cruz de um lado e a representação de Oxalá no outro. O carnavalesco da escola, Leandro Vieira, afirmou que, se dependesse dele, a alegoria faria parte do desfile. Já o presidente da verde e rosa, Chiquinho da Mangueira, foi diplomático e disse que “não houve imposição” da arquidiocese e sim um pedido à Liesa, que poderia não ser acatado pela agremiação.

— Foi um entendimento. Não houve uma imposição. Não reclamaram, só pediram (à Liesa) que o carro não passasse novamente. Mas se a Mangueira achasse por bem que deveria passar, eles não criariam nenhuma dificuldade — disse Chiquinho da Mangueira. — Eu encaro isso com normalidade. Eu respeito a arquidiocese e a Liesa. A Mangueira aceitou um entendimento que foi bom pra todo mundo. Lógico que queria passar com a alegoria. Mas a gente trouxe o tripé no dia que queríamos que ele passasse, no desfile oficial.

A cantora mangueirense Alcione disse que a Mangueira retorna hoje “feliz” à Sapucaí e que o campeonato da Portela foi merecido. Na visão dela, o Brasil é “um país católico” e a escola fez bem em acatar o pedido da arquidiocese.

– Apesar do sincretismo, somos um país católico – defendeu a sambista.

Com homenagem a Ivete Sangalo, a Grande Rio foi a segunda escola de samba a passar pela Sapucaí. De volta ao Rio para desfilar novamente com a agremiação de Duque de Caxias, a cantora baiana causou um verdadeiro alvoroço na concentração. O presidente de honra da escola, Jayder Soares, disse que a vinda dela já estava acertada, porque Ivete teria compromissos profissionais em camarotes da Sapucaí.

Muito sorridente, Ivete voltou a desfilar na comissão de frente da escola:

— Estou muito feliz. Com respeito a todas as escolas, é uma dedicação muito grande. Emoção é uma coisa que a gente não dimensiona. Cada momento tem seu valor e sua intensidade. Eu posso dizer que definitivamente esse foi o maior carnaval da minha vida — disse a cantora, cercada por seguranças a caminho do tripé da comissão de frente.

A Beija-Flor abriu o sábado das campeãs. Integrantes da azul e branco de Nilópolis reclamaram da colocação final da escola. Este ano, a agremiação desfilou com uma parte do seu carnaval sem alas delimitadas para contar a história da indígena Iracema, com estética fortemente inspirada na dos índios.

— Eu acredito que a escola foi prejudicada por ousar, sim. Eu fiquei muito feliz com o desempenho da escola e com o que a gente se propôs — disse Laíla, diretor de carnaval da Beija-Flor.

A rainha de bateria da escola de Nilópolis, Raíssa Oliveira, também fez um discurso parecido:

— Esperava mais porque a escola sempre vem inovando, mas a gente entende que dessa vez não deu e eu queria até parabenizar a Portela pelo desempenho e pela vitória. Foi um desfile ousado o nosso, mas inovar faz parte.

VISTORIA EM CARROS

Na sexta-feira, o Corpo de Bombeiros aprovou os carros alegóricos das seis escolas do Grupo Especial que desfilam neste sábado com relação à segurança contra incêndios. De acordo com o diretor de fiscalização de diversões públicas da Defesa Civil, coronel Márcio Lessa, o resultado da vistoria foi positivo, e nenhuma escola possui impedimento para voltar a desfilar.

 

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