Preconceito Racial: A vida tem a cor que você pinta

PRECONCEITO RACIAL: A vida tem a cor que você pinta

UBERLANDIA – MG
ESC DE EDUCACAO BASICA

Co-autor(es)LUCIANNA RIBEIRO DE LIMA; MARTA REGINA ALVES PEREIRA; FÁTIMA REZENDE NAVES DIAS; GLÁUCIA COSTA ABDALA DINIZ

Autor: LILIANE DOS GUIMARAES ALVIM NUNES, do Portal do Professor

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de EnsinoComponente CurricularTema
Ensino Fundamental InicialÉticaDiálogo
Ensino Fundamental InicialÉticaJustiça
Ensino Fundamental InicialÉticaRespeito mútuo
Ensino Fundamental InicialÉticaSolidariedade

Dados da Aula

PRECONCEITO RACIAL: A vida tem a cor que você pinta. O que o aluno poderá aprender com esta aula:

a) Identificar posturas preconceituosas em colegas de sala ou em pessoas da sociedade de uma maneira geral.
b) Respeitar colegas e professores/as que pertencem a diferentes classes sociais, etnias, raças, religiões, dentre outros.
c) Conhecer alguns elementos da cultura negra e valorizá-la.

Duração das atividades

2 aulas de 50 minutos

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de se trabalhar conhecimentos prévios.

Estratégias e recursos da aula

COMENTÁRIOS AO/A PROFESSOR/A:

Professor/a, numa sociedade onde as pessoas vivem em condições não igualitárias é difícil romper com o preconceito e a discriminação. Em se tratando de Brasil, vemos que a nossa sociedade é impregnada de racismo, estabelecendo-se como espaço de disseminação da discriminação à população negra de nosso país. Sabemos que a escola não é neutra, sendo capaz de reproduzir a discriminação racial de várias maneiras. Apesar disso, acreditamos que a instituição escolar também seja capaz de contribuir para uma convivência pacífica entre as várias etnias, desde que tenha como concepção e como proposta de trabalho o respeito e a valorização das diferenças. Nesse sentido, acreditamos que seja papel do/a professor/a trabalhar na sala de aula temas que sensibilizem os alunos/as para a importância do respeito, da justiça, e da solidariedade para uma convivência harmoniosa em sociedade. Professor/a, você poderá utilizar a aula intitulada “ROMPENDO COM O PRECONCEITO RACIAL EM SALA DE AULA” para iniciar ou complementar a sua aula.

Atividade 1: (1º aula de 50 minutos)

1º Momento: Professor/a, convide os/as alunos/as para ouvirem uma história chamada: Romeu e Julieta (de autoria de Ruth Rocha )

Há muito tempo, não muito longe daqui, havia um reino muito engraçado. Todas as coisas eram separadas pela cor. Branco, amarelo, azul, vermelho, preto. O que era branco morava junto com o que era branco. Todas as flores brancas no mesmo canteiro. As borboletas brancas só visitavam o canteiro branco. Todas as flores azuis num canteiro separado. E as borboletas azuis só visitavam este canteiro. Não havia misturas… Num canteiro amarelo, morava uma linda família de borboletas amarelas. Tinham uma filhinha chamada Julieta. Ela era muito engraçadinha. Já sabia voar. De manhã, voava com sua mãe de flor em flor. Mas quando Julieta queria voar para o canteiro azul, sua mãe dizia: – Não, Julieta, cada borboleta tem seu canteiro! Julieta ficava triste. Fechava as asas, abaixava as antenas e chorava uma lágrima amarela de borboleta… No canteiro de miosótis, morava uma família de borboletas azuis. Tinham um filhinho chamado Romeu. Romeu era muito engraçado. Sabia voar para frente e para trás. Dava cambalhotas no ar. Voava com uma asa só. Borboleteava por todo canto. O pai sempre falava: – Romeu, Romeu, nada de passeios nos canteiros de outra cor, é perigoso! – Ah, papai, as rosas são tão cheirosas… – Cheiro não é tudo na vida, meu filho. Lugar de borboleta azul é no canteiro azul. Sempre foi assim… Romeu fechava as asas, abaixava as antenas, perdia a graça e pensava: – Por quê? Mas Romeu era muito curioso. Queria conhecer todas as cores. Todas as flores. Todos os canteiros. Um dia, na primavera, seu amiguinho Ventinho falou: – Vamos dar uma voltinha? – Onde? – No canteiro das margaridas. Está lindo… – Papai não deixa, margarida é amarela, eu sou azul. Depois, as borboletas amarelas podem não gostar… – Que bobagem! Eu tenho uma amiguinha chamada Julieta, que é muito boazinha e ela é amarela… Duvido que ela não goste de você. Vamos? _ Tá bom, mas não conte nada pra ninguém. E eles saíram voando de flor em flor. Quando chegaram ao canteiro amarelo, Romeu se escondeu no talo de uma margarida, que gostou logo dele. E Ventinho trouxe Julieta para conhecer Romeu. Os dois ficaram logo amigos: – Que asas lindas! -Que nada! As suas são mais bonitinhas…-Como você voa engraçadinho… E Romeu fez tudo que sabia para Julieta ver. E os dois deram uma cambalhota juntos. Julieta errou, porque nunca tinha dado cambalhotas. Romeu deu uma risadinha azul e Julieta, uma risadinha amarela… Os três, voando e borboleteando de fl or em flor, entraram, sem perceber, na floresta. E viram coisas que nunca tinham visto. Plantas estranhas, bichos de todos os tamanhos e um riacho que cantava: Chuá, chuá… Eles olharam dentro do riacho e gritaram: _Olhe as borboletas… -Dentro d’água, molhadas… Ventinho riu muito: -São vocês mesmos. A água é como um espelho! E os dois fizeram uma porção de brincadeiras defronte da água – caretas, pulos. E deram muita risada. E Ventinho fazia ondas na água e atrapalhava. Numa clareira da floresta, uma família fazia piquenique. As crianças cantavam: “Apareceu a margarida, olé, olé olá… Apareceu a margarida, olé, seus cavaleiros…” Eles gostaram muito e resolveram brincar também. Entraram na roda. O vento mexia no cabelo dos meninos. E as borboletas dançavam. Mas um menino parou e gritou: _ Vamos caçar borboletas para a minha coleção? Romeu se assustou, Julieta ficou ainda mais amarela. Ventinho soprou uma poeira para atrapalhar os meninos e berrou: – Fuja, Romeu! Fuja, Julieta! Depressa! E os dois voaram… e sumiram dentro da floresta. No canteiro amarelo, a mãe da Julieta chorava: -Onde está a minha borboletinha? E nenhuma margarida dizia nada. No canteiro azul, a mãe de Romeu gritava: -Romeu, filho meu, onde você se me teu? E os papais bor boleteavam para todo s os lados e não achavam nada. Mas também, dos seus canteiros, não arredavam as asas. Mas lá no fundo da floresta, Romeu e Julieta já estavam cansados, coitados: E Ventinho levantava as folhas, procurando o caminho. Estava escuro e não se enxergava nada… Julieta tremia de frio, a floresta estava diferente… Os passarinhos piavam. Os olhos dos bichos brilhavam no escuro. E dona coruja falou, com uma voz grossa: -Fiquem aqui junto de mim! Hum, hum, hum! Fiquem aqui até o dia clarear! E eles ficaram. Mas olhavam para todos os lados: -Será que ninguém vem nos buscar? Mas você não sabe o que aconteceu lá nos canteiros… Dona Margarida falou com a borboleta amarela. Contou que Julieta tinha saído com Romeu e Ventinho. E a borboleta amarela criou coragem e foi falar com a borboleta azul. As duas se juntaram, chamaram os maridos e foram falar com o senhor Vento e dona Ventania. E todos saíram de canteiro em canteiro procurando: – ROMEU!!! JULIETA!!! VENTINHO!!!! Do canteiro verde, vieram os vaga-lumes com suas luzinhas. A noite toda, todos juntos procuraram. E quando amanheceu o dia, o céu estava todo cheio de cores. Romeu e Julieta, encolhidinhos no seu galho, viram chegar uma revoada de pontinhos coloridos. Que beleza… Julieta arregalou os olhos. E Ventinho fez: -Fiuuuuuuuuuu! Romeu bateu palmas. E cada mamãe pegou o seu filhinho. E as outras borboletas, contentes, borboletavam. Batiam as asas. Falavam – até que enfim… Achamos… – Achamos… Que bom! E quando chegou de novo a primavera tudo estava diferente naquele reino. Os canteiros tinham todas as cores misturadas. Margaridas nasciam ao lado dos cravos. Dálias amarelas ao lado dos miosótis. E as rosas brancas, vermelhas, amarelas cresciam juntas, misturadas. E juntas brincavam as borboletas. Todas as borboletinhas brincavam de roda. E cantavam: “Se todas as borboletas do mundo pudessem se dar as mãos fariam uma grande roda, uma grande roda em volta do mundo.”

(Professor/a, se você preferir poderá fazer uso da história resumida).

ROMEU E JULIETA (RUTH ROCHA) -resumo

Há muito tempo, não muito longe daqui, havia um reino muito engraçado. Todas as coisas eram separadas pela cor. Branco, amarelo, azul, vermelho, preto. As borboletas brancas só visitavam o canteiro branco. As borboletas azuis só visitavam o canteiro azul. Neste reino vivam Julieta e Romeu. Julieta era uma borboleta amarela do canteiro amarelo e Romeu uma borboleta azul do canteiro azul.

Seus pais sempre avisavam para que não passeassem em canteiros de outra cor.
Um dia, na primavera, Ventinho convidou Romeu para dar um passeio no canteiro amarelo. Chegando lá, ventinho apresentou Romeu a Julieta e os dois logo ficaram amigos. Romeu e Julieta começaram a brincar e saíram para conhecer melhor o reino. Ficaram encantados com tudo o que viram e acabaram entrando na floresta. Quando a noite chegou, Romeu e Julieta não conseguiram encontrar o caminho de volta.

Enquanto isso, lá no canteiro amarelo, a mãe de Julieta estava desesperada, e lá no canteiro azul, o pai de Romeu estava preocupadíssimo. Eles não sabiam o que fazer para encontrar os filhos, até que a borboleta amarela tomou coragem e foi falar com a borboleta azul, falaram com o senhor Vento e todas as borboletas saíram de canteiro em canteiro procurando o Romeu e a Julieta.

Quando amanheceu o dia, o céu estava cheio de cores. Quando Romeu e Julieta viram seus pais, ficaram felizes em poder voltar para casa.

E quando chegou de novo a primavera tudo estava diferente naquele reino. Os canteiros tinham todas as cores misturadas. Margaridas, cravos, dálias, miosótis, rosas, cresciam juntas, misturadas. E juntas brincavam as borboletas.

Outra opção ao/a professor/a: Utilizar a história narrada pela própria Ruth Rocha no álbum intitulado Mil-Pássaros.

PRECONCEITO RACIAL: A vida tem a cor que você pinta
PRECONCEITO RACIAL: A vida tem a cor que você pinta

2º Momento: Após contar a história perguntar aos/as alunos/as: O que vocês acharam da história? O que Romeu fez? Por que vocês acham que Romeu descumpriu a regra de que cada borboleta deveria ficar no seu canteiro? Vocês concordam com essa regra? Para vocês, as borboletas deveriam continuar vivendo separadas por cor? O que aconteceu quando Romeu descumpriu a regra? Vocês já viram pessoas separadas por cor? Onde? É possível que as pessoas vivam separadas pela cor? Que outras características além da cor podem separar as pessoas? Por que isto acontece?

3º Momento: Dividir a turma em cinco sub-grupos, sendo que cada um deles deverá montar um cartaz com gravuras de pessoas de diferentes raças, etnias, sexo, idade, religiões. Além de colar as imagens, os/as alunos/as deverão dar continuidade à seguinte frase: “ENQUANTO A COR DA PELE FOR MAIS IMPORTANTE QUE O BRILHO DOS OLHOS, HAVERÁ GUERRA”. (Bob Marley) Para essa aula serão necessários: cartolina, cola, tesoura, revistas para recorte, lápis de cor e canetinha.

4º momento: Os grupos deverão apresentar suas produções e posteriormente fazer uma exposição das mesmas na sala ou no corredor de acesso às salas de aula.

Atividade 2 (2ª Aula de 50 minutos)

1º Momento: Exibir o vídeo: Maré Capoeira

2º momento: Explorar com os alunos: O que o vídeo retrata? Quais informações que o vídeo apresentou e que vocês desconheciam? Vocês sabiam que a capoeira é uma dança que nos foi apresentada pelos negros?

(Professor/a, sugere-se que essa aula seja desenvolvida no laboratório de informática. Caso não seja possível, sugere-se que sejam levadas as reportagens impressas para a atividade a seguir)

3º momento: Dividir a turma em duplas ou trios e solicitar que procurem textos, notícias de jornais ou outros q ue falem sobre a cultura negra.

4º momento: Professor/a, no momento da socialização das reportagens deve-se: enfatizar a importância da valorização da cultura negra, enfocar as contribuições dos africanos para o desenvolvimento da humanidade, destacar aspectos pouco explorados da cultura negra.

Recursos Complementares

Artigo eletrônico: “Educação não tem Cor”

ITANI, A. Vivendo o preconceito em sala de aula. In AQUINO, J. G. Diferenças e Preconceito na Escola – Alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus, 1998.

Sugestão de vídeo:

“O Xadrez das Cores”, disponível em:
http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=2932&exib=5937

Avaliação

Professor/a, procure observar a participação e o envolvimento dos/as alunos/as na atividade proposta. Esteja atento a possíveis manifestações de preconceito e/ou discriminação fente a colegas durante as falas dos/as alunos/as, no uso do vocabulário, na forma como se dirigem aos outros e aponte essa atitude a eles/as para que reflitam sobre como muitas vezes a postura discriminatória está enraizada na mente das pessoas sem que se dêem conta disso. Veja se foi possível sensibilizar os/as alunos/as para a importância do exercício do respeito e valorização das diferenças, por meio das reflexões realizadas e da expressão de suas idéias nos momentos de discussão.
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