Projeto Semul Itinerante promove capacitação nas comunidades de Natal. Moradores atuam como “agentes da paz” em ações de prevenção.
Do G1
Projeto Semul Itinerante vai às comunidades formar multiplicadores que possam se somar ao enfrentamento à violência contra a mulher (Foto: Alex Régis/Secom/PMN)
A violência contra a mulher é um mal que, infelizmente, ainda tem registros expressivos no Brasil. As estatísticas apontam um acréscimo no número de casos, o que tem preocupado as autoridades em todo país. Em Natal, um projeto lançado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul), propõe enfrentar o problema com o envolvimento dos moradores dos bairros com maiores incidências de casos de violência doméstica. Denominada de “Semul Itinerante: Agentes da Paz”, a iniciativa visa a formar e capacitar multiplicadores para atuar nesse campo do enfrentamento à violência contra a mulher.
Em Natal, o projeto já teve duas edições, a primeira no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte, e a segunda em Felipe Camarão, na Zona Oeste. De acordo com a programação estabelecida pela Secretaria, o Passo da Pátria, na Zona Leste, e a Vila de Ponta Negra, na Zona Sul, serão as próximas comunidades a receberem o “Agentes da Paz”. Sempre nos lançamentos dos projetos, os moradores dos bairros atendidos recebem vários serviços complementares de saúde, lazer, atividades esportivas, qualidade de vida. Todos oferecidos pelas diversas secretarias da Prefeitura que são parceiras da Semul na iniciativa.
A dinâmica do projeto acontece da seguinte forma: em quatro encontros por comunidade, a equipe de assistentes sociais e psicólogos da Semul conversa com os moradores. Nesses encontros, os técnicos disseminam informações importantes sobre como identificar os tipos de violência contra a mulher – psicológica, material, física e sexual; como ajudar alguém que vive situações como estas; onde procurar ajuda; com que suporte a mulher em situação de violência pode contar, junto com seus dependentes.
As pessoas que participam dos encontros se tornam multiplicadoras. Ou seja, os moradores se integram e levam essas informações para que mais pessoas da sua comunidade tomem conhecimento sobre como procurar suporte em caso de violência contra a mulher. “Às vezes, temos vizinhas, amigas e conhecidas passando por isso e não sabemos o que fazer para ajudar, por isso precisamos informar, pelos mais diferentes canais, as formas de enfrentamento à violência contra a mulher”, descreve a secretária da Semul, Andrea Ramalho.
O projeto “Semul Itinerante: Agentes da Paz” também cuida do reordenamento da rede de serviços públicos nos bairros contemplados, incluindo ações em educação, saúde, segurança pública e assistência social. A ideia é fortalecer a prevenção e o atendimento às mulheres que se encontram em situação de violência. Para tanto, os profissionais desses serviços também participam das capacitações com foco no enfrentamento à violência contra a mulher, assim como professores, pais e alunos das escolas do entorno.
Andrea Ramalho diz que a equipe da Semul está muito satisfeita com os resultados obtidos pelo projeto nas suas duas primeiras edições. Ela acredita que a educação é um dos caminhos para mudar essa realidade de violência contra a mulher. As ações articuladas pela Prefeitura, segundo a secretária, ajudam bastante nesse propósito. “É um trabalho árduo. Não iremos mudar esse cenário da noite para o dia, mas a cada capacitação, a cada formação de um agente da paz, nós plantamos as sementes da cidadania, do respeito às diferenças e da igualdade de gêneros”, acredita a titular da Semul.