O racismo e a exclusão social, tantas vezes desmentidos nos estamentos de poder, mantêm-se hoje vigentes na sociedade porto-riquenha, segundo opinião majoritária dos participantes em uma pesquisa midiática.
Oitenta e cinco por cento dos consultados para o jornal Novo Dia afirmou que o racismo é uma realidade, apesar da mistura que existe no país: taínos, espanhóis e africanos.
Segundo a consulta, baseada em uma mostra representativa de mil pessoas de 18 anos ou mais, o oito por cento considera que o racismo não existe, um seis por cento não está seguro e um por cento estima que “quiçá existe”.
No referente à discriminação entre as classes sociais,89 por cento dos porto-riquenhos assegurou que prevalece nesta ilha do Caribe de 3,8 milhões de habitantes, um estado livre aliado aos Estados Unidos, que a invadiu em 1898.
Neste sentido, cinco por cento dos interrogados durante o mês de outubro, considera que não existe a exclusão social, outro cinco por cento acha que “quiçá existe”, enquanto um por cento “não está seguro”.
A presença de negros nos cargos do governo central porto-riquenho historicamente é mínima ou inexistente e muito poucas vezes um candidato a cargo electivo consegue o favor dos eleitores se é dessa raça.
De fato, o comum dos porto-riquenhos identifica como “blanquitos” ou “guaynabitos”, em referência ao vizinho município de Guaynabo, aos que controlam o poder político e econômico.
O sociólogo Manuel Torres Márquez manifestou que há “um nível de exclusão altíssimo no mesmo governo”.
Destacou que apesar de que a sociedade porto-riquenha seja “totalmente mestiça”, é evidente a escassez de servidores públicos públicos de pele escura.
A psicóloga social comunitária María de Lourdes Lara disse ao jornal que os resultados da pesquisa são um reconhecimento de que tanto a discriminação entre classes sociais como o racismo permeam na sociedade, contrariamente à ideia generalizada de que não existiam.
Fonte: Prensa Latina