Um estudante denunciou uma professora da Universidade Univille, em Joinville (SC), por injúria racial após chamar o aluno negro de “ladrão” enquanto ele tirava fotos, em um espaço comum da universidade. O caso aconteceu no dia 18 de setembro.
O Movimento Negro Maria Laura (MNML) publicou uma nota de repúdio sobre o caso de racismo com o estudante de moda e detalhou que, na ocasião, o aluno se dirigiu até um tanque localizado próximo à janela dos fundos de uma sala de aula onde a professora ministrava sua aula, contou o grupo.
“Nesse momento, em um tom de voz alto e inapropriado, a professora proferiu a frase: ‘que susto, um ladrão ali na parte de fora’, fazendo com que toda a turma voltasse seus olhares ao jovem negro”, disse o MNML.
Ainda segundo o relato do movimento, o aluno questionou a professora pela janela sobre o que ela havia dito. “A docente reafirmou suas palavras e repetiu em tom debochado e repetitivo: ‘Ladrão! Ladrão! Ladrão!’”, contou o grupo.
Em seguida, o estudante se deslocou até a sala de aula da professora para confrontá-la pessoalmente sobre o ocorrido e exigiu explicações, afirmando que não aceitaria a forma como havia sido tratado, segundo o Movimento Negro Maria Laura.
“A professora […] ofereceu um pedido superficial de desculpas, que foi prontamente recusado pelo aluno, que deixou claro que tomaria as providências necessárias, inclusive comunicando a coordenação da Univille sobre o caso”, contou o MNML.
O estudante registrou um boletim de ocorrência. “A Polícia Civil tem 30 dias para finalizar o inquérito o caso foi registrado como injúria racial, ainda sem indiciamento”, afirmou o delegado Rodrigo Gusso, responsável pelo caso, à CNN.
“Este não é um episódio isolado. O MNML seguirá vigilante e cobrará todas as providências cabíveis para que esse caso não seja abafado e para que a professora seja responsabilizada por seus atos”.
Em nota, a Universidade Univille informou que o reitor recebeu e conversou com o estudante que denunciou ter sofrido um ato de injúria racial, na última semana. A Universidade afirmou ainda que a professora envolvida foi afastada na manhã desta segunda-feira (23).
Alexandre Cidral fez o pedido institucional de desculpas ao jovem e afirmou que a Univille não compactua com nenhum ato de ofensa à dignidade humana e anunciou medidas.
“Desde o início, nosso estudante está sendo assistido por psicólogo e assistente social da nossa Central de Relacionamento com Estudantes, e pelo Pró-Reitor de Ensino, Prof. Dr. Eduardo da Silva, responsável pela Graduação”, disse a Univille.
O delegado Gusso disse que a polícia ainda não tem imagens ou outras provas. A vítima e a professora serão ouvidas na próxima semana.
A CNN não localizou a defesa da professora. O espaço segue aberto.