Mãe da criança e a diretora da escola também devem ser ouvidas
Por: Juliana Ferreira
A Polícia Civil ouve, na manhã desta segunda-feira (23), testemunhas da aluna xingada de “preta horrorosa” pela avó de um dos estudantes. Um dos depoimentos previstos na 4ª delegacia de Contagem, na região metropolitana, é o da professora que presenciou a agressão. A mãe da criança e diretora da escola também devem ser ouvidas.
Suspeita
A Polícia Civil de Contagem já tem a identificação da avó do aluno do Centro Educaconal Infantil Emília que xingou uma menina de quatro anos, colega do neto dela de “preta horrorosa”.
De acordo com o delegado Juarez Gomes, responsável pelas investigações, os agentes já estão em campo para localizar e intimar a mulher. A diretora do local também deve ser chamada para prestar esclarecimentos a partir do início da semana que vem.
De acordo com a professora da menina, Denise Cristina Pereira Aragão, a avó do aluno entrou na escola no último dia 10 de julho aos berros, questionando por que seu neto havia dançado quadrilha com uma “preta horrorosa”. O neto dela e a menina haviam dançado juntos na festa da escola realizada no último dia 7.
— Ela gritou isso na frente de todas as crianças. Eu tentei impedi-la, mas ela colocou o dedo na minha cara e me mandou calar a boca. Embora ela não tenha falado o nome da menina, vi que a criança sabia que se tratava dela.
A professora, inconformada com a situação, exigiu uma postura da diretoria da escola. Segundo ela, a diretora da instituição se recusou a informar os pais da criança ofendida e do outro aluno, alegando que “se fosse perder todo aluno que sofre preconceito, ela ia fechar a escola”. Ao perceber que nada seria feito, Denise pediu demissão e contou tudo para a família da menina.
Criança se sente culpada
A mãe da garota, Fátima Viana Souza passou mal ao ficar sabendo o que tinha acontecido com a filha. O pai dela, Ailton César de Souza, conta que a filha se sente culpada pelo que aconteceu.
— Ela pediu desculpas como se tivesse feito alguma coisa e chorou dizendo que os coleguinhas da sala não gostam dela por causa da cor e que ninguém a defendeu.
Souza tirou a filha da escola e fez um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Foi instaurado um inquérito para investigar o caso, mas o advogado da família, José Carlos Pimenta, não deve esperar a conclusão das investigações para pedir a denúncia ao Ministério Público. Ele deve aguardar apenas a polícia colher todos os depoimentos.
A reportagem do R7 MG tentou entrar em contato com a escola, mas ninguém foi encontrado.
Fonte: R7