O filme bate recordes de bilheteria e se torna, entre outras marcas, a produção de super-herói com maior rendimento
Por Alexandre de Paula Do Correio Braziliense

Mais de dois meses após a estreia, Pantera Negra continua ainda em cartaz em alguns cinemas de diversas cidades e locais do mundo. O filme, que estreou em 15 de fevereiro no Brasil, conseguiu, com roteiro representativo e empoderador, quebrar inúmeras barreiras e superar marcas impensáveis até para os mais otimistas.
O investimento de cerca de US$ 200 milhões já mostrava o quanto a Marvel acreditava no filme. Mas, mesmo assim, era difícil imaginar que o longa se tornaria o filme de super-herói com maior bilheteria até agora. A expectativa, por exemplo, no fim de semana de estreia era de US$ 165 milhões. Pantera Negra, porém, chegou a US$ 242 milhões nos primeiros quatro dias. Número maior, para se ter ideia, do que toda a bilheteria doméstica de Liga da Justiça (por volta de US$ 229 milhões).
Ao todo, foram cerca de US$ 681 milhões arrecadados por Pantera Negra nos Estados Unidos, de acordo com os números já divulgados. No mundo todo, foram mais de US$ 1,3 bilhão. No ramo dos heróis, Pantera Negra bateu o primeiro Vingadores, que segurava a liderança desde 2012 com arrecadação de US$ 623 milhões. Mas a produção não se limitou a vencer apenas os companheiros com super-poderes. O filme superou também o clássico Titanic, que faturou US$ 659,3 milhões.
Com isso, Pantera Negra se tornou o terceiro filme mais visto da história nos EUA. A produção da Marvel fica atrás apenas do avassalador Avatar (US$ 750 milhões) e Star wars: O despertar da força (US$ 936 milhões).
Empoderador
Em uma sociedade que elegeu recentemente Donald Trump para a presidência, o êxito de Pantera Negra é ainda mais surpreendente e significativo. O longa da Marvel quebrou uma antiga crença de que filmes com temática de exaltação da cultura negra (ou de outros grupos) não poderiam alcançar sucesso.
“Terminará para sempre o mito de que um filme de ação de um super-herói negro, escrito por um escritor negro, dirigido por um diretor negro, estrelado por um elenco majoritariamente negro, não venderia fora da comunidade negra”, disse Jesse Holland, premiado jornalista que participou da revitalização da história de Pantera Negra a convite da Marvel. “O mito de que eles não venderão para a América, que não venderão internacionalmente — esse mito foi destruído para sempre”, completou.
Para além do sucesso global, o filme gerou impacto positivo dentro da própria comunidade afro. O fato de crianças negras poderem conhecer, nos cinemas, um herói (de sucesso) que se parece com elas foi exaltado por inúmeras personalidades, e alguns projetos foram criados para levar meninos e meninas carentes aos cinemas.
O herói aparece novamente nas telonas nesta semana com a estreia de Vingadores: Guerra infinita. As sessões de pré-estreia ocorrem no fim da noite de amanhã.