Em 1966, Marie Van Brittan Brown tinha uma rotina difícil: a nova-iorquina negra costumava chegar tarde da noite em casa por conta do seu trabalho como enfermeira. Seu marido, Albert Brown, que era eletricista, também não tinha horário fixo. Por isso, ambos se preocupavam com a segurança da casa.
Com esse problema em mente, o casal decidiu buscar uma solução. Foi aí que eles inventaram um sistema de segurança que consistia em uma espécie quatro olhos mágicos: uma câmera deslizante, monitores de televisão e microfones bidirecionais.
Em conjunto, esses equipamentos funcionavam como um sistema de circuito fechado de televisão para vigilância, conhecido também pela sigla de CFTV. A partir desse sistema, o morador poderia capturar imagens de pessoas em diferentes alturas e ainda se comunicar com quem estava fora da casa.
Além disso, por meio de um controle remoto, tornou-se possível destrancar a porta a uma distância mais segura e acionar um botão de emergência, que enviaria um alarme para a polícia ou segurança.
Como resultado desse invento, em 1969, Brown e seu marido receberam uma patente (nº 3.482.037) e sua invenção foi reconhecida pelo The New York Times.
Brown ainda recebeu um prêmio do Comitê Nacional de Cientista.
Ela morreu em 1999, aos 76 anos, mas seu legado não parou de crescer e contribuir para a evolução do setor.
A invenção da nova-iorquina chegou a ser citada em 32 pedidos de patente subsequentes. Sua invenção refere-se a um sistema ainda relevante na sociedade, presente em bancos, empresas, escritórios e condomínios.
Inclusive, uma espécie de evolução desse sistema chegou à Amazon. Jamie Siminoff, fundador da DoorBot, conhecida hoje como Ring Doorbel, começou a se incomodar com as pessoas constantemente tocando sua campainha. E, a partir da tecnologia idealizada por Brown e seu marido, Siminoff desenvolveu uma iteração desse sistema, que se tornou uma ferramenta para gerenciar a prevenção de perdas da gigante de tecnologia.