Quilombolas da Bahia são finalistas do Prêmio Empreendedor Social 2023

Enviado por / FonteDo Correio 24h

A premiação é promovida pelo Jornal Folha de São Paulo e pela Fundação Schwab

Os quilombolas Ananias Viana e Jucilene Viana Jovelino, do Território Kaonge (BA), em Cachoeira, no Recôncavo baiano, estão entre os nove finalistas do Prêmio Empreendedor Social, na categoria “Soluções que inspiram”. Com a Rede de Cidadania Quilombola, eles concorreram com 348 inscritos. O resultado do vencedor será divulgado no dia 24 de outubro, através de votação popular pelo link https://empreendedorsocial2023.folha.com.br/.

A premiação é promovida pelo Jornal Folha de São Paulo e pela Fundação Schwab, uma das comunidades do Fórum Econômico Mundial. O Território Quilombola da dupla já possui a regularização fundiária encaminhada pelo Incra que, atualmente, está para publicação para decreto de interesse social da terra.

De acordo com Ananias Viana, a indicação é resultado de uma longa história de trabalho, organização coletiva, dedicação à sustentabilidade e a transversalidade dentro da comunidade. “Estamos muito felizes em sermos finalistas. Mas gostaríamos de ir além e sermos os vencedores”, confidencia ele.

A categoria do “Soluções que inspiram”, em que os quilombolas baianos concorrem, destaca as inciativas que combatem racismo, violência e desigualdade social, de raça, gênero e/ou fortalecem a cidadania e comunidades.

Rede de ações

A Rede de Cidadania Quilombola é resultado de uma iniciativa do Centro de Educação e Cultura Vale do Iguape (Cecvi) que envolve 18 comunidades quilombolas. Desde a sua criação em 2002, o Cecvi tem Viana e Jucilene à frente.

O Vale do Iguape trata-se de uma microrregião do município de Cachoeira, composta por comunidades quilombolas que se constituíram a partir de antigos engenhos de açúcar.

Da Rede se desdobraram grupos comunitários para a extração do óleo de dendê, o cultivo da ostra, a mariscagem, o cultivo de ervas medicinais utilizadas por benzedeiras para fazer remédios e xaropes, além da adoção da apicultura.

O turismo de base comunitária é outra atividade coletiva desenvolvida. Destaca-se a Festa da Ostra que acontece no Kaonge de 13 a 15 de outubro.

O que atrai a atenção de pesquisadores e até da mídia, de acordo com Viana, é a maneira com que as comunidades desenvolvem o trabalho coletivo e obtêm sucesso.

“É simples. Não acreditamos em coletividade sem sustentabilidade. Mas cada um tem a sua individualidade de fazer as plantações em suas roças”, pontua ele. Além disso, Viana acrescenta que “quando trabalhamos com amor e com o envolvimento das pessoas, avançamos”.

Premiação

De acordo com o regulamento da premiação, os finalistas e o vencedor escolhidos pelo leitor são contemplados com mentorias, capacitação e possibilidades de networking que deverão ser usufruídos ao longo de 2024. Além disso, o projeto vencedor ganha o troféu Empreendedor Social 2023.

Além de votar, os leitores e internautas também podem fazer doações a partir de R$ 5 para fortalecer o empreendimento escolhido. É possível registrar o voto mais de uma vez. Na hora de votar, é obrigatório fornecer o seu e-mail e o seu CEP.

Ao acessar a página, procure o terceiro conjunto de fotos em que está escrito “Rede de Cidadania Quilombola” e a foto de Ananias Viana e Jucilene Viana Jovelino.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...