Racismo e Nazismo: Vice-reitora da UFMG diz que atitude de estudantes em trote foi violenta e que eles serão punidos

O reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Clélio Campolina e a vice-reitora Rocksane de Carvalho Norton publicaram, na tarde desta segunda-feira, uma nota de repúdio ao trote ocorrido na Faculdade de Direito na última sexta-feira. Imagens do evento, consideradas racistas e sexistas, estão sendo compartilhadas por internautas e causando indignação entre estudantes da instituição. Os dirigentes informam que a instituição “já iniciou procedimentos cabíveis para apuração dos fatos e punição dos envolvidos”.

– É importante deixar claro que essa é uma prática proibida pela UFMG. Isso não foi uma brincadeira. Foi um ato de violência – disse ao Extra a vice-reitora, que afirmou se envergonhar da atitude dos alunos.

Na nota, foi lembrado ainda que no dia 8 de março a UFMG, por meio de sua fan page no Facebook, divulgou a publicação “Trote não é legal”, destacando os dispositivos do Regimento Geral da instituição sobre os trotes e as penalidades para quem o aplicasse.

Trote-racista-na-UFMG

– Vamos apurar melhor o caso. Os envolvidos podem ser punidos recebendo desde uma advertência verbal até mesmo a expulsão da universidade – afirmou Rocksane.

Ainda segundo a vice-reitora, a UFMG vai continuar investindo em campanhas de conscientização dos estudantes contra os trotes e vai incentivá-los a promover entre os calouros ações solidárias, como doação de sangue.

“A direção da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) repudia quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes, praticados contra membros da comunidade universitária, em particular aqueles relacionados aos chamados ‘trotes’ aplicados aos novos estudantes.

É com esse espírito que a instituição se manifesta veementemente contrária ao ocorrido na Faculdade de Direito no último dia 15 e já iniciou procedimentos cabíveis para apuração dos fatos e punição dos envolvidos.

No dia 8 de março a universidade divulgou em seu perfil no Facebook o post “Trote não é legal” em que cita dispositivos do Regimento Geral da instituição e as penalidades para quem descumprir as regras citadas.”

Nesta segunda-feira, imagens do evento, consideradas racistas e sexistas, foram compartilhadas por internautas nas redes sociais e causaram indignação entre estudantes da instituição.

Numa das fotos, uma mulher, pintada de negro, aparece algemada, segurando uma placa dizendo “caloura Chica da Silva”. Em outra, estudantes – um deles com um bigode semelhante ao usado pelo ditador Adolf Hilter – fazem saudações nazistas, em torno de um estudante preso com fita adesiva a uma pilastra.

As fotos tomaram repercussão nas redes sociais, após serem publicadas pelo perfil “Dilma Bolada” no Twitter. Em sua conta, o perfil falso da Presidente Dilma Rousseff, criticou o trote: “Não podemos tolerar, nos dias de hoje, racismo em nosso país! Nada que envolva isso pode considerado “brincadeira”. Completo absurdo!”.

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