Racismo: mulher é condenada após chamar segurança de ‘macaco’ e ‘urubu’

Enviado por / FontePor Paula Santana*, do EM

Uma mulher terá de pagar R$ 10 mil por danos morais após cometer o crime de injúria racial contra o segurança de um restaurante na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A condenada chamou o funcionário de “urubu”, “negro”, “safado” e “macaco”. A decisão é da 16º Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

A vítima relatou que fazia a vigilância de um restaurante no Bairro Funcionários, próximo a uma tradicional feira que acontencia aos sábados, em frente ao Colégio Arnaldo. Segundo o funcionário, era comum que frequentadores da exposicão utilizassem o banheiro do restaurante. Com isso, a administração do estabelecimento decidiu cobrar uma taxa de R$ 0,50 por pessoa.

Ainda de acordo com o relato, a mulher foi ao banheiro sem consumir nada do restaurante e, quando foi informada da taxa, ficou revoltada. A condenada jogou o dinheiro no balcão, “proferindo impropérios que, segundo a ação de danos morais inicial, configuram injúria racial”, divulgou o Tribunal de Justiça. Diversas pessoas testemunharam o ocorrido.

A acusada alegou que os argumentos apresentados pelo segurança eram frágeis e que a testemunha indicada por ele não tinha conhecimento dos termos usados na ofensa. Além disso, afirmou ter usado o xingamento “chato de galocha” ao ser abordada pelo funcionário. Também alegou ter dito que “somente porque veste roupa preta acha que é o tal”.

No entanto, a testemunha da vítima confirmou que a mulher o chamou de “urubu, negro, safado e macaco”.

De acordo com o desembargador Otavio Portes, não restaram dúvidas de que a acusada ofendeu o homem com palavras racistas. Portanto, diferentemente do alegado pela parte autora, inexistem elementos capazes de retirar a credibilidade do depoimento utilizado como lastro para a condenação”, apontou o relator.

O magistrado ainda acrescentou que o segurança foi “ofendido por questões afetas às suas características físicas, somente por desempenhar a função para a qual foi contratado”.

* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa

+ sobre o tema

Poesia: Ela gritou Mu-lamb-boooo!

Eita pombagira que riscaseu ponto no chãoJoga o corpo...

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro...

A mulher negra no mercado de trabalho

O universo do trabalho vem sofrendo significativas mudanças no...

para lembrar

As dores do pós colonialismo

- Folha de S.Paulo 11 de Agosto de 2006...

Eu, mulher negra racista. Uma conversa que também é sobre você

"É vocês negras que têm a auto-estima baixa e...

Copa II: Ator é vítima de racismo no Brasil

O ator Riz Ahmed, um inglês de origem paquistanesa,...

“Quando você chama a pessoa de macaco, você está jogando toda a humanidade dela no lixo.”

Por: Maria Carolina Trevisan Emicida explica de forma direta e...
spot_imgspot_img

Com a mão erguida e o punho cerrado eu grito: fogo nos eurocêntricos cientistas-cientificistas

A verdade é que esse mundo é uma Ameaça. Uma Ameaça a certas gentes. Uma Ameaça a certas não-gentes. Uma Ameaça a redes, a...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas, como imaginado. A estudante do 3º ano do ensino médio Franciele de Souza Meira, de...

Colégio afasta professor de história investigado por apologia ao nazismo, racismo e xenofobia

Um professor de história da rede estadual do Paraná foi afastado das funções nesta quinta-feira (18) durante uma investigação que apura apologia ao nazismo, racismo...
-+=