O hoje campeão mundial chegou a ser suspenso após “brincadeiras” contra Ângelo Assumpção, único negro da seleção de ginástica em 2015. “O saco do supermercado é branco, o de lixo é preto por quê?”, questionava Nory ao colega em vídeo
Por Wanderson Trindade, no O Povo
O título de campeão mundial conquistado neste domingo, 13, por Arthur Nory fez usuários das redes sociais celebrarem a vitória, mas também relembrarem caso polêmico envolvendo o atleta em 2015. Naquele ano, o hoje medalhista de ouro na barra fixa havia participado de “brincadeiras” de cunho racista contra seu colega de seleção brasileira, Ângelo Assumpção.
À época, Arthur e grupo de outros atletas gravaram vídeos fazendo comentários racistas sobre a cor da pele de Ângelo, único negro da equipe brasileira. Até então conhecido como Arthur Mariano, Nory questionava a Ângelo: “O saco do supermercado é branco, o de lixo é preto por quê?”. Em meio a risos, o garoto de 20 anos, naquele momento, estava ao lado dos também ginastas Felipe Arawaka e Henrique Flores.
Com repercussão negativa, os atletas foram suspensos pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Eles ainda chegaram a gravar vídeo pedindo desculpas a Assunção. Depois da suspensão, Arthur adotou o sobrenome Nory e seguiu carreira no esporte.
Aquele lembrete toda vez que esse cara é exaltado: Arthur Nory é RACISTA.
E o atleta que sofreu racismo nunca mais teve chance na seleção. https://t.co/I0KK6Hq962
— Alana (@bfralana) October 13, 2019
Após conquistar medalha de bronze no solo durante as Olimpíadas Rio 2016, no entanto, as redes sociais se dividiram entre a celebração do título e o episódio de racismo. Fato similar acontece neste domingo.
Com a notícia do ouro no Mundial, usuários utilizaram as redes sociais para apontar o passado do ginasta. “Aquele lembrete toda vez que esse cara é exaltado: Arthur Nory é racista”, escreveu uma seguidora no Twitter.
Certamente esse é um dos casos de racismo mais tristes e revoltantes do esporte.
Angelo Assumpção, além de ser obrigado a calar a boca, perdeu patrocínio, deixou de estar em competições e não recebe o devido apoio até hoje.
Já o racista da foto mudou de nome e segue a vida.. https://t.co/sc6Ukv9ohM
— Caio César (@geocaio) October 13, 2019
“O Ângelo, vítima do racismo desse rapaz da foto, perdeu patrocínio. O racista mudou o nome e conquistou medalha. Em 2016, conquistou medalha de bronze no solo”, apontou outra.
O termo “racista” permaneceu entre os primeiro da rede social durante a tarde deste domingo.