Recomendações de Geledés para a Conferência Climática de Bonn (UNFCCC SB62) de 2025

Geledés – Instituto da Mulher Negra produziu recomendações para contribuir com o conteúdo das negociações no âmbito da Conferência Climática de Bonn (UNFCCC SB62) de 2025. São recomendações para os textos de negociação do Objetivo Global de Adaptação (GGA), Transição Justa, Plano de Ação de Gênero e Financiamento. Esse documento foi elaborado para reafirmar a importância da agenda racial e de gênero de forma transversal nas negociações.

Geledés é organização da sociedade civil com longa trajetória em defesa do direito da população afrodescendente no Brasil, especialmente de mulheres, tem atuado de forma consistente na agenda climática nacional e internacional por reconhecer que as desigualdades raciais e de gênero estruturam o acesso aos direitos e aos meios de vida. Diante disso, uma verdadeira justiça climática só pode se realizar por meio do combate ao racismo.

O racismo ambiental é uma expressão concreta das desigualdades raciais. Seu enfrentamento exige reconhecer que a população afrodescendente foi historicamente vulnerabilizada e se encontra hoje mais suscetível aos impactos severos da crise climática. Além de denunciar essa situação, interessa-nos combater essa realidade por meio de políticas de mitigação, de uma transição racialmente justa, da reparação de perdas e danos, além de ações para a adaptação climática, especialmente nas periferias urbanas de grandes metrópoles.


Por fim, o agravamento da crise climática não pode ser imputado aos que vivem as suas piores consequências. As ações para mitigar o agravamento das mudanças do clima não podem se dar às custas da vida de pessoas vulnerabilizadas. Pelo contrário, uma verdadeira justiça climática só pode existir junto ao combate à pobreza e ao fomento de políticas de acesso a serviços básicos, como moradia, educação e saúde. Todos os posicionamentos e recomendações desta nota foram construídos com o acúmulo técnico e político de Geledés em articulação com organizações  sociedade civil que se preocupam em fortalecer e democratizar as estruturas de governança climática global, que devem incluir a participação plena de pessoas afrodescendentes, povos indígenas e comunidades tradicionais, principalmente de mulheres.

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