Referências da cultura negra auxiliarão a formular políticas

O Ministério da Cultura (MinC) terá, a partir de agora, o auxílio de representantes de peso da cultura negra na formulação de políticas públicas e na salvaguarda da cultura afro-brasileira. A ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, o diretor de cinema Jeferson D e o ator Jorge Coutinho, entre outros, passarão a fazer parte do Conselho Curador da Fundação Cultural Palmares (FCP), que tomará posse no dia 20 de novembro, na Serra da Barriga (AL), durante as comemorações do Dia da Consciência Negra. A lista completa dos membros foi publicada no Diário Oficial da União dessa quarta-feira (4).

Do Jornal Brasil

“Os novos conselheiros foram escolhidos por serem representantes de territórios de resistência da Cultura negra em todo o País”, destaca a presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu. “Esses representantes nos ajudarão a desenvolver diversos programas de gestão”, acrescenta.

Matriarca de uma das mais reconhecidas casas de religiosidade de matriz africana do Brasil, o Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador, Mãe Stella de Oxóssi é uma líder de inspiração ao povo de santo brasileiro e referência na luta da defesa do diálogo e da educação como possibilidades de combate às diferenças. Como forma de reconhecimento, os Correios e o MinC lançaram, em setembro deste ano, um selo em homenagem aos 90 anos de Mãe Stella.

Representantes do audiovisual e do teatro também estarão no conselho. O diretor de cinema Jeferson Rodrigues de Rezende, conhecido como Jeferson D, é autor de curtas premiados em festivais e do longa “Bróder”, ganhador do prêmio Kikitos de melhor filme, diretor e ator no Festival de Cinema de Gramado, em 2010.

Ator, presidente nacional do PMDB Afro e conselheiro de Comunicação Social do Congresso Nacional, Jorge Coutinho iniciou a vida sindical à frente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões. Desde então, Jorge não parou na luta pela preservação da cultura afro-brasileira.

O Conselho Curador da FCP será responsável por opinar sobre questões relevantes para a promoção e preservação dos valores culturais, sociais e econômicos relacionados à cultura negra no país. Os membros eleitos terão três anos para formular novas metas para o Sistema Nacional de Cultura (SNC) e para o Fundo Nacional de Cultura (FNC).

O órgão será presidido pela presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu. Também comporão o colegiado o cacique Welton Jhon Oliveira Suruir, a pesquisadora Giane Escobar, o coordenador da Associação das Comunidades Negras Quilombolas do Maranhão, Ivo Fonseca Silva, o professor do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB) Nelson Fernando Inocêncio, a representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Emília Maria Silva Ribeiro, o representante do Ministério da Justiça, Gabriel de Carvalho Sampaio, e o representante do Ministério da Educação, Rodrigo Ednilson de Jesus.

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