Manifestantes levantam faixa: ‘estupro:um problema global’
Segundo relatório, 80% das vítimas britânicas de violência sexual sofrem em silêncio de modo que esses crimes são profundamente mal estimados
no Ópera Mundi
A polícia do Reino Unido prometeu tratar casos de estupro e de assédio sexual com a mesma severidade de ameaças terroristas, reportou o Guardian nesta terça-feira (02/06). A decisão de elevar a preocupação de violência sexual ao mesmo patamar de questões que envolvem a segurança nacional vem em meio ao lançamento de um relatório que revela que a instituição britânica falha na investigação de vítimas desta modalidade criminal.
“Nós temos que dar a mesma prioridade às investigações de ofensa sexual como fazemos para combater o terrorismo”, garantiu o comissário da polícia Sir Bernard Hogan-Howe, em entrevista ao jornal inglês.
A avaliação foi conduzida por Elish Angiolini para a Met (Polícia Metropolitana, principal força do Estado) e para a CPS (Crown Prosecution Service, a procuradoria britânica). Segundo a especialista, o governo do recém-reeleito premiê, o conservador David Cameron, deverá fornecer mais recursos para ajudar a lidar com um aumento de denúncias de violência sexual
Leia: PLP 2.0 – Aplicativo para coibir a violência contra a mulher
De acordo com o relatório, ao menos 80% das vítimas deste tipo de delito sofrem em silêncio e não denunciam seus ataques, de modo que esses crimes são profundamente mal estimados pela polícia do Reino Unido.
A avaliação, que faz quase 50 recomendações a essas instituições para melhorar o atendimento às vítimas e a investigação desses casos, está sendo implementada na capital, Londres, mas poderá gerar mudanças em nível nacional, estima Guardian.
Nos últimos anos, a Polícia Metropolitana tem sido marcada por uma série de escândalos pela forma como investiga e leva à justiça os casos de estupro reportados no país.
Há cerca de duas semanas, a imprensa britânica reportou que mais de 1.400 pessoas estariam sendo investigadas pela polícia local na operação Hydrant, que desde o ano passado analisa casos de abuso sexual infantil no Reino Unido. Entre os suspeitos, estão 135 artistas do cinema e da televisão, 76 políticos e 43 músicos, totalizando ao menos 254 pessoas públicas envolvidas no escândalo.