Relator do Conselho de Ética pede cassação de Demóstenes Torres

Por: Walber Silva

O Conselho de Ética votou nesta segunda-feira, 25, o relatório do processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres( ex-DEM e atualmente sem partido). O PSOL apresentou a denúncia de que o parlamentar participava de um esquema criminoso comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, preso no presídio da Papuda, em Brasília, desde o final de fevereiro. O esquema foi desmontado pela Policia Federal na operação Monte Carlo.

O relator do processo, Humberto Costa (PT-PE) fez duras críticas e pediu cassação de Demóstenes por quebra de decoro parlamentar. Entre as 77 páginas do relatório, Humberto acusa o senador de mentir em plenária, e que segundo ele, já era motivo suficiente para cassar o mandato quando negou qualquer envolvimento de exploração de jogo ilegal com o bicheiro Cachoeira.

Costa (PT-PE) cita diversas vezes o relatório da CPI dos bingos para contextualizar a atividade praticada por Cachoeira no mercado de jogos de azar. E disse também que a CPI dos Bingos manifestou descontentamento quando passou a investigar “tudo, menos bingo”.
Para o relator, estava mais que provado que o senador Demostenes tinha toda ciência de que Cachoeira era um contraventor.

“O que se vê em destaque é o desempenho do representado em favor de Cachoeira (e não do setor empresarial em geral)”, relata Humberto.

Por volta das 18h39, o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, iniciou sua defesa. Nela, ele cita que a decisão do julgamento é política e complementa ainda que o processo deve ser o regulamento, defendendo o poder judiciário.

O advogado disse que Demóstenes fez questão de ser julgado por seus colegas na Comissão de Ética e que entrou com um processo no Supremo Tribunal Federal, que deverá ser julgado em breve.

“O senador Demóstenes não mentiu, não omitiu. Ele pode ter decepcionado os senhores, mas não merece ser cassado”, diz o advogado.

Para Humberto Costa, Demóstenes se contradisse quando afirmou, antes, que não sabia do envolvimento de Cachoeira com jogos ilícitos, e depois, que tinha “jogado um verde” para saber se Cachoeira ainda estava no jogo e complementa que Demóstenes desonrou a constituição por ter inviabilizado a informação à população, quando usou a imprensa para divulgar assuntos favoráveis ao grupo de Cachoeira.

O parecer do Conselho de Ética será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para exame dos aspectos constitucional, legal e jurídico, o que deverá ser feito no prazo de cinco sessões ordinárias. A partir daí, o documento precisa ser votado pelo plenário, em processo secreto de votação.

Fonte: Blog do Walber Silva

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