Repórter da Globo comenta caso de racismo sofrido: ‘Não somos otários’

Enviado por / FonteDo UOL

O repórter Manoel Soares, da Globo, falou hoje sobre o ato racista que sofreu nas redes sociais durante o programa ‘É de Casa’ da última semana. O profissional, que participa de diversas atrações da emissora, foi comparado a um assaltante por um internauta ao aparecer de máscara.

“Esse preto de máscara. Assalto?”, dizia o comentário feito na web.

 

(Foto: Imagem retirada do site Uol)

Em participação no programa de hoje, o repórter lamentou o caso e disse não entender o que se passa pela cabeça de uma pessoa que faz ataques preconceituosos.

“Eu vi essa situação. Já passei por ‘n’ vezes por esse tipo de situação, é desconfortável. Eu confesso que fico pensando o que passa na cabeça da pessoa que faz uma coisa dessa? Eu não entendi. Assaltante por quê? Quais são as características que me apresentam como assaltante só pelo fato de estar usando uma máscara?”, disse.

Soares também afirmou que foi difícil ter que explicar para os filhos sobre o ocorrido e que as atitudes de pessoas preconceituosas não o definem.

“O dano maior para mim e qualquer pessoa que vive isso acaba sendo em casa. Como foi em uma rede social aberta, repercutiu muito e eu tive que explicar para os meus filhos. Quando cheguei em casa, os mais velhos, que já entendiam, estavam chateados e até meio revoltados, e você tem que conversar com eles. Uma coisa é importante, sendo comigo, que sou uma pessoa relativamente pública, isso acontece com o motorista de aplicativo, com o motoboy, com o gari. Em hipótese nenhuma isso pode tirar o brilho do nosso trabalho. Isso não me define, não são as atitudes do preconceituoso, são as minhas atitudes”, contou.

(Foto: Reprodução/ Instagram)

O profissional ainda revelou que a Globo já tomou as atitudes necessárias na Justiça e que “não é otário”.

“Porém, por mais que sejamos altruístas, não somos otários. Precisamos saber quais medidas podem ser tomadas”, afirmou.

O “É de Casa” também contou com a participação de um advogado para falar sobre as atitudes que podem ser tomadas em casos de racismo. Provas, como fotografias e filmagens, foram apontadas como essenciais na hora de uma denúncia.

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